A transposição didática permite a distinção de três estatutos ou patamares de saber: o saber sábio, o saber a ensinar e o saber ensinado. O saber sábio é constituído pelo produto da atividade científica. Os cientistas pertencem ao grupo que produz e determina o saber sábio. Para que um conteúdo do saber sábio se torne um conteúdo do saber a ensinar, ou seja, um conteúdo de ensino, ele passa por alterações nada simples, que são determinadas inicialmente por uma lógica conceitual originada no interior do saber sábio. O fato de um saber a ensinar estar presente ou definido nos manuais e livros didáticos, nas propostas curriculares ou nos planos de ensino não é garantia de que ele chegue, necessariamente, até o aluno. Há, portanto, um universo mais particular, o saber ensinado. (Cátia Nehring e outros, As ilhas de racionalidade e o saber significativo: o ensino de ciências através de projetos, p. 91)
Observe as afirmações a seguir. Quais delas são requisitos para que o conteúdo seja transposto didaticamente?
(I) Ser potencialmente ensinável, ou seja, poder ser aprendido pelo aluno a que se destina.
(II) Ser destinada à faixa etária adequada e levar em conta a especificidade do curso e da disciplina escolar.
(III) Ignorar que um conceito científico ganha significado e valor no interior de uma estrutura teórica.
(IV) Possibilitar a elaboração de objetivos de ensino, de exercícios, avaliações ou trabalhos práticos.
(V) Consultar os pais para que decidam sobre as unidades de conteúdo que julgam relevantes a respeito das ciências de referência, dos conteúdos de ensino e dos alunos.
a - I, II e III.
b - II, IV e V.
c - I, II e IV.
d - I, IV e V.
e - I, III e IV.