Leia o soneto a seguir.
Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
1. O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese. Ela se faz claramente presente em *
1 ponto
a) “Amor é fogo que arde sem se ver.”
b) “É um contentamento descontente.”
c) “É servir a quem se vence, o vencedor.
d) “Mas como causar pode seu favor.”
Leia os textos a seguir:
Depois responda a questão que segue.
Texto 1
Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Texto 2
Amor é fogo? Ou é cadente lágrima?
Pois eu naufrago em mar de labaredas
Que lambem o sangue e a flor da pele acendem
Quando o rubor me vem à tona d'água.
E como arde, ai, como arde, Amor,
Quando a ferida dói porque se sente,
E o mover dos meus olhos sob a casca
Vê muito bem o que devia não ver.
Ilka Brunhilde Laurito
2. Comparando-se os dois textos, é possível observar sobre o texto II que *
1 ponto
a) a liberdade formal dos quartetos, associada à contenção emotiva, é característica de poema romântico.
b) por seguir os princípios estéticos clássicos, sua expressão é de teor mais universalista que individualista.
c) o caráter reflexivo das interrogativas iniciais impede que a linguagem seja marcada por índices de emotividade.
d) recupera, do estilo camoniano, a preferência por imagens paradoxais, como, por exemplo, mar de labaredas.