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Quando se é jovem e forte



Uma vez uma mulher me disse: vocês jovens não sabem a força que têm.
Ela falava isto como se colocasse uma coroa de louros num herói. Ela falava isto como se não apenas
eu, mas todos os jovens fôssemos um grego olímpico ou um daqueles índios parrudões nos rituais da
reserva do Xingu.
De certa maneira ela dizia: vocês têm o cetro na mão. E eu, jovem, tendo o cetro, não o via.
Aquela frase me fez olhá-la de onde ela falava: do lugar da não juventude. Ela expressava seu
encantamento a partir de uma lacuna. Se colocava propositadamente no crepúsculo e com suas palavras
me iluminava.
Essa frase lançada generosamente sobre minha juventude poderia ter se perdido como tantas outras
de que necessito hoje, mas não me lembro. Contudo, ela ficou invisível em alguma dobra da lembrança.
Ficou bela e adormecida muitos séculos, encastelada, até que, de repente, despertou e me veio
surpreender noutro ponto de minha trajetória.
Possivelmente a frase ficou oculta esperando-me amadurecer para ela. Só uma pessoa não mais jovem
pode repronunciá-la com a tensão que ela exige.
Vocês jovens não sabem a força que têm.
Pois essa frase deu para martelar em minha cabeça a toda hora que uma adolescente passa com sua
floresta de cabelos em minha tarde, toda vez que um rapaz de ombros largos e trezentos dentes na boca
sorri com estardalhaço gesticulando nas vitrinas das esquinas.
Possivelmente é uma frase ainda mais luminosa no verão.
[...]
Outro dia a frase irrompeu silenciosamente em mim como coroamento de uma cena. Uma cena, no
entanto, trivial. Estávamos ali na sala de um apartamento e conversávamos. Um grupo, digamos, de
pessoas maduras. Cada um com seu copinho de uísque na mão, conversando negócios e banalidades. De
repente entra pela sala uma adolescente preparando-se para sair. Entra como faz toda adolescente:
pedindo à mãe que veja qualquer coisa em seu vestido ou lhe empreste uma joia. E quando ela entrou tão
naturalmente linda, não de uma beleza excepcional, mas de uma beleza que se espera que uma jovem
tenha, quando ela entrou, um a um, todos foram murchando suas frases para ficarem em pura
contemplação.
Ali, era disfarçar e contemplar. Parar e haurir. Poderia-se argumentar que vestida assim ela parecia
uma Grace Kelly, um cisne solicitando adoração. Mas se assim é, por que a mesma cena se repetiu quando
entrou outra irmã, impromptamente, de jeans, vinda da rua, espalhando brilho nos dentes e vida nos
cabelos? Olhava-se para uma, olhava-se para outra. Olhava-se para os pais que orgulhosos colhiam a
mensagem no ar. E surge a terceira filha, também adolescente com aquela roupa displicente que, em vez
de ocultar, revela mais ainda juventude.
Esta experiência se repete quando numa família são apresentados os filhos jovens. Igualmente quando
se entra numa universidade e se vê aquele enxame de camisetas, jeans e tênis gesticulando e rindo entre
uma sala e outra, entre um sanduíche e um livro, sentados, displicentes, namorando sob árvores e na
grama, como se dissessem: eu tenho a juventude, o saber vem por acréscimo.
Infelizmente não vem. E a juventude se gasta. Como as pedras se gastam, como as roupas se gastam,
se gasta a pele, embora a alma se torne mais densa ou encorpada. Algo semelhante ocorre diante de
qualquer criança. Para um bebê convergem todas as atenções na sala. Sorrisos se desenham nos rostos
adultos e o ambiente é de terna devoção.
É a presença da vida, que no jovem parece ter atingido seu auge. Por isto, ver um (ou uma) jovem no
esplendor da idade é como ver o artista no instante de seu salto mais brilhante e perigoso ou ver a flor na
hora em que potencializa toda a sua vida e imediatamente nunca mais será a mesma. Claro, há jovens que
são foscos e velhos e velhos que são radiosos adolescentes. Não é disto que falo. Estou falando de outra
coisa desde o princípio. Daquela frase que aquela mulher depositou na minha juventude e agora renasceu.
Gostaria de doá-laa alguém. Penso nisto e a porta se abre. Irrompem, lindas, minhas duas filhas.
Extasiado lhes dou um beijo e digo:
— Filhas, vocês não sabem que força têm.



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