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Explique a afirmação: A globalização já nasceu velha”. Os problemas não mudaram, continuam os mesmos desde o século XV

Sagot :

  • Resposta:

O primeiro período, marcado pelo processo expansionista dos descobrimentos por via maritimado, século XV, é caracterizado pela conquista, exploração e colonização das terras além-mar e confronto com os novos povos. Para além da conquista física de aproximação dos povos e de uma profunda consciência de um mundo que se tornou "mais pequeno", a expansão marítima teve como consequência a constituição de rotas internacionais que puseram, em relação directa, as distintas economias espalhadas por todo o mundo. A economia foi, assim, a primeira área em que se acentuou este fenómeno, transformando o globo num amplo mercado de capitais.

  • Explicação:

Para o surgimento do segundo período da globalização contribuíram, no século XVIII, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Influenciadas pelos princípios iluministas e da substituição das ferramentas pelas máquinas, ajudaram a consolidar a globalização do capitalismo e as teorias económicas liberalistas. A Revolução Industrial veio permitir a formação de uma nova classe social o proletariado composta, na sua essência, por pessoas que vinham dos campos para se fixarem nas cidades à procura de trabalho, e a sua imigração massiva contribuiu para o crescimento dos aglomerados urbanos da altura, alterando as formas de vida social. Quanto mais o processo de industrialização se acentuou, maiores disparidades socioeconómicas emergiam. A partir daqui, criaram-se duas e diferentes grandes forças: por um lado, a riqueza mercantil e o capitalismo industrial e financeiro e, por outro, uma massa assalariada que, sem recursos, dispunha apenas da sua capacidade de trabalho, ficando sujeitos a situações de extrema vulnerabilidade. Esta desigualdade social é tratada como a "questão social".3 Na verdade, foi também nesse período que as políticas liberalistas contribuíram para que capital e mercadorias fluíssem através das fronteiras, de uma forma relativamente livre, aumentando assim o volume do comércio mundial.

O século XX correspondeu ao terceiro período da globalização. A manutenção do processo de industrialização e a consequente estruturação das cidades exigiram a utilização de novas fontes de energia, como a electricidade e o petróleo, bem como a inovação dos meios de transporte com a construção de caminhos de ferro, a navegação mercantilizada, os transportes aéreos complementadas pelo rápido desenvolvimento da ciência e das tecnologias de informação e comunicação.

Este processo de inovação, que assumiu contornos mais nítidos a partir do final da II Guerra Mundial, e que se intensificou no anos 1970-80, permitiu estender as relações sociais, comprimir o tempo e o espaço-território e determinar uma crescente sensação, cada vez mais real, de um mundo que "encolheu" de forma rápida. A globalização constituiu-se, assim, numa ruptura na história da civilização, marcada pela reconfiguração do espaço social que se expressa na supraterritorialidade4 dos vários aspectos da vida social, sejam eles políticos, sociais, económicos ou culturais (Scholte, 2000).

A globalização possibilitou "vencer os últimos obstáculos geográficos que restavam ao estabelecimento de uma genuína infraestrutura global"