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O 3º Relatório Global das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, elaborado

com a participação da Unesco e divulgado este ano, conclui que a demanda global por água tem aumentado

significativamente em função do crescimento e da mobilidade populacional, da elevação do padrão de vida

de parte da população e de uma maior produção de alimentos e de energia, incluindo os biocombustíveis.

Deve ser considerado ainda o impacto das mudanças climáticas como elemento adicional de perturbação do

ciclo hidrológico.

Esses processos têm repercussões na qualidade e na disponibilidade de água, podendo resultar ainda

em eventos extremos, tais como secas e enchentes, que muitas vezes são agravados em cenários de estresses

hídricos ocasionados pela ação do homem e de conflitos pelo uso já presentes. Também são fatores que

merecem atenção o comprometimento dos mananciais por efluentes e a interação da água com o lixo urbano,

o que se deve, em países como o Brasil, ao saneamento insuficiente e à ausência de manejo abrangente de

resíduos sólidos.

As questões relacionadas à água são também importantes para o desenvolvimento e o bem-estar.

Assegurar o acesso a esse bem público de valor econômico e a disponibilidade para todos os usos, conforme

previsto na Lei das Águas (Lei 9.433/97), converte-se em um desafio amplificado, cujo trato

necessariamente se estende aos sistemas estaduais de gestão de recursos hídricos.

A boa governança no setor recursos hídricos é essencial. Mas deve haver integração com outros

setores nos quais também são tomadas decisões que afetam a oferta e a qualidade da água para os usos

prioritários, entre eles agricultura e energia − exigindo melhor gestão pública, parcerias e maior prestação de

contas à sociedade. Nesse sentido, o Relatório ressalta que alguns países já iniciaram a integração da gestão

de recursos hídricos com seus respectivos planos e políticas de desenvolvimento diante de um cenário de

escassez.

Entretanto, no caso do Brasil, ainda restam lacunas na operação dos instrumentos da gestão

ambiental e das águas, além de inexistirem iguais recursos e mesmo capacidades técnicas para executá-los

plenamente em todas as unidades federativas. Existem órgãos gestores de recursos hídricos mais e menos

estruturados, e há estados em que eles inexistem. O Nordeste brasileiro tem áreas com distintos perfis

hídricos e impedimentos importantes ao desenvolvimento − e à gestão de águas em particular. A escassez de

recursos financeiros é um dos aspectos, ao passo que a qualificação técnica e quadros funcionais suficientes

viabilizam as capacidades técnico-institucionais dos órgãos estores para o cumprimento satisfatório de seus

mandatos.

A Unesco é a agência especializada do Sistema Nações Unidas responsável pela capacitação para a

gestão dos recursos hídricos, tendo como meta promover a gestão integrada e a revitalização das bacias

hidrográficas em situação vulnerável. A estratégia consiste em melhorar as políticas de gestão, criar

capacidades técnicas para a boa governança pública em águas e a educação ambiental em todos os níveis,

catalisando vias de adaptação nas bacias hidrográficas e nos aquíferos. Em particular, o planejamento

estratégico da Organização visa a aprofundar, nos estados e municípios, os processos de capacitação em

gestão de recursos hídricos, construindo competências para o gerenciamento público e privado das bacias

hidrográficas, considerando as necessidades de desenvolvimento sustentável do Brasil.

Dessa forma, o planejamento e as ações da Organização são compatíveis com os desafios e as

lacunas existentes para a gestão de águas nos estados do Nordeste, havendo convergência de finalidades e

pontos de contato no plano das ações. A construção de capacidades técnicas e institucionais para a gestão –

que vai além do treinamento e da formação − são o cerne das parcerias possíveis, pois consideramos que

investimentos no setor e a execução plena dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos são

primordiais para o crescimento econômico e o desenvolvimento social no Brasil. 1 - Construa um comentário sobre o assunto do texto.​

Sagot :

Desculpa,mais eu não sei
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