Assim como não se pode superestimar a resistência popular, tomando todos os seus comportamentos como sinais inequívocos de luta política contra a dominação, não se pode grifar o pólo da eficiência das estratégias disciplinares. A submissão aos padrões da cultura dominante não é absoluta. O povo apropria-se ativamente do discurso técnico que quer mudar os seus usos e costumes, normas e valores, atitudes e comportamentos ligados à tradição e à sobrevivência, como as práticas de criação de filhos, os padrões de relações familiares, os hábitos alimentares, os estilos de linguagem. Impostos, os modelos desejados pelos especialistas muitas vezes acabam comparecendo no imaginário e no cotidiano do povo de formas insuspeitadas pelos que querem submetê-lo.
PATTO, MARIA HELENA SOUZA . Estado, ciência e política na Primeira República: a desqualificação dos pobres. In: ESTUDOS AVANÇADOS 13 (35), 1999
Sobre as revoltas na Primeira República analise as afirmações:
I- As revoltas urbanas ocorreram por conta do crescimento urbano nas grandes cidades, bem como as transformações políticas e sociais do Brasil, que não foram acompanhadas pelo governo republicano, gerando tensões.
II- No campo, a concentração fundiária e a exploração do trabalho de camponeses e sertanejos por parte dos grandes fazendeiros, além do descaso do governo em relação à situação social vigente, serviram como fatores mobilizadores de revoltas, como Canudos e Contestado.
III- Entre os militares, as revoltas tenentistas mobilizaram a camada mais baixa do exército, excluída de qualquer direcionamento decisório quanto aos destinos do país, destacando-se a Revolta da Chibata.
IV- Em São Paulo a questão do saneamento básico e a vacinação obrigatória contra o surto de varíola no país levou o governo a entrar em choque com a população mais pobre, gerando uma revolta popular conhecida como Revolta da Vacina.
A partir das afirmações acima julgue se estão corretas:
Escolha uma opção:
a. II e III
b. II e IV
c. I e IV
d. III e IV
e. I e II.