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Sagot :
Resposta:
Malala nasceu em 12 de julho de 1997, em Mingora, a maior cidade do Vale do Swat, região montanhosa e tribal ao noroeste do Paquistão e próxima à fronteira com o Afeganistão. A situação geral da educação no país é de extrema precariedade e, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o país tem mais de cinco milhões de menores entre cinco e 11 anos que não frequentam a escola, sendo que duas em cada três crianças são meninas. O Paquistão ocupa o terceiro pior posto no índice mundial relativo à igualdade dos sexos no sistema educacional. Na província onde Malala vivia, Khyber Pakhtunkhwa, a taxa de analfabetismo entre as mulheres é superior a 60%.
O pai de Malala, Zia-ud-Din Yousafzai, sempre foi um defensor da educação e transmitiu esta paixão à filha. Segundo amigos, o educador e dono de uma escola mista de ensino médio costumava dizer que, se fosse assassinado por educar crianças, “não haveria forma melhor de morrer”.
Pai e filha têm uma relação especial. Era com ela que Yousafzai discutia política, enquanto os outros dois filhos iam dormir. A luta para educar a menina e manter sua escola começou em 2007, quando o Tehrik-i-Taliban (braço paquistanês do Taliban) infiltrou-se em Mingora e, a partir de então, destruiu mais de 400 escolas, baniu as mulheres da vida social, proibindo-lhes o acesso à educação, e aterrorizou a população com execuções públicas e ameaças transmitidas por rádios clandestinas.
Malala mudava o caminho para a escola todos os dias, escondia os livros sob a roupa e não usava mais o uniforme para não chamar a atenção. Em 2009, encorajada por seu pai, começou a escrever o blog “Diário de uma estudante paquistanesa” para a BBC urdu, com o pseudônimo Gul Makai, sobre as dificuldades que enfrentava no Vale do Swat sob a égide do Taliban. Sua identidade real tornou-se conhecida através do documentário produzido pelo “The New York Times” no mesmo ano, “Class Dismissed”.
Àquela altura, Malala já havia se tornado um ícone para as meninas da região por defender a educação feminina e criticar abertamente o Taliban, algo que nem os políticos paquistaneses faziam por medo. Malala ganhou prêmios e conseguiu das autoridades melhorias para as escolas da região. Em dezembro de 2011, recebeu do primeiro-ministro Yousaf Paza Gilano o Prêmio Nacional da Paz – rebatizado com seu nome, assim como o colégio onde estudava. Na cerimônia, revelou o desejo de formar um partido político para defender a educação.
Em outubro de 2012, homens armados entraram no ônibus escolar onde viajava e perguntaram por Malala. Quando uma colega de classe apontou para ela, um homem armado atirou em sua cabeça e a bala atravessou o pescoço, instalando-se no ombro. Os tiros também feriram outras meninas que estavam no ônibus. Malala foi levada para a Inglaterra, onde fez uma operação para reconstruir o crânio e restaurar a audição no Queen Elizabeth Hospital.
Recuperada, hoje mora com a família em Birmingham, onde estuda em um colégio só para meninas e seu pai já foi empregado pelo consulado paquistanês para os próximos três anos.
Desde o atentado, Malala foi homenageada com diversos prêmios e é a pessoa mais jovem a ser indicada para o Prêmio Nobel da Paz.
Durante o Women in The World Summit em abril de 2013, em mensagem de vídeo enviada da Inglaterra, Malala anunciou a primeira doação de 45.000 dólares ao fundo criado em seu nome e hospedado pela ONG Vital Choices, direcionado à construção de uma escola para 40 meninas de cinco a doze anos no Vale do Swat.
“Anunciar a primeira subvenção do Fundo Malala é o momento mais feliz da minha vida. Convido a todos a apoiarem o Fundo Malala, para que possamos passar da educação de 40 meninas à de 40 milhões de meninas”, disse a jovem.
A soma foi arrecadada com a ajuda de Angelina Jolie, da Fundação Mulheres no Mundo e da Vital Voices, a qual informou que, por razões de segurança, não irá revelar a região onde o projeto será levado adiante, nem o nome da organização responsável.
Em 12 de julho de 2013, Malala fez o primeiro discurso público desde o atentado, durante a reunião dos jovens líderes na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A data coincidiu com o seu aniversário de 16 anos e foi oficializada pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, como o “Dia Malala”, em homenagem aos seus esforços para garantir educação para todos. A jovem paquistanesa também entregou a Ban Ki-moon uma petição com quatro milhões de assinaturas que apela à ONU para que se concretize o objetivo de uma educação gratuita e universal para todas as crianças até 2015, num momento em que cerca de 57 milhões de menores em todo o mundo permanecem sem acesso à educação básica.
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