TEMA -Discursos racistas: teorias que excluem (Parte 2)
No final do século XIX, houve a disseminação, no Brasil, de conceitos de superioridade racial que tinham adquirido grande prestígio no exterior.
Inspirados nas ideias do evolucionismo e do colonialismo, o pensamento “científico” brasileiro da época, que era fortemente marcado pelo racismo, adotou "teses científicas" do darwinismo social e da eugenia racial para defender o branqueamento da população como um fator necessário para o desenvolvimento do Brasil. A elite social e a política brasileira passaram a considerar como certo que o país não se desenvolvia porque sua população era composta por negros e mestiços.
A imigração não era considerada somente um meio de suprir a mão de obra necessária na lavoura ou de colonizar o território nacional, coberto por matas virgens, mas também com um meio de "melhorar" a população brasileira pelo aumento da quantidade de europeus.
O racismo no Brasil foi uma INVENSÃO PERVERSA e tem consequências até hoje.
Para o antropólogo congolês Kabengele Munanga, se a mestiçagem representou o caminho para nivelar todas as diferenças que prejudicavam a construção do povo brasileiro, se ela pavimentou o caminho não acabado do branqueamento, ela ficou e marcou significativamente o inconsciente e o imaginário coletivo do povo brasileiro.
Na sociedade de hoje, percebemos as implicações, as consequências e os resultados dos discursos racistas e do projeto de branqueamento na permanência do racismo estrutural. Quando negros e pardos ainda são tratados como inferiores, sofrem discriminação e não possuem seus direitos garantidos.
Exemplos de racismo: quando possuem seus acesso negado, quando as empresas que pedem fotos nos currículos, quando estão em maior número entre as pessoas desempregadas, quando recebem salários menores, quando são animalizadas, tudo isso é um reflexo do racismo na História do nosso país.
Diferentes posturas:
• O etnocentrismo: é o comportamento segundo o qual você avalia os outros povos a partir de sua própria cultura. O problema do etnocentrismo é que ele não nos permite compreender como os outros pensam, já que de antemão eu julgo os outros conforme os meus padrões, de acordo com os valores e as ideias partilhados pela minha cultura.
• O relativismo cultural: possibilita um maior afastamento dos preconceitos, da discriminação e da intolerância, sendo o oposto do etnocentrismo, tão presente em nossa sociedade e tão violento contra as diferenças.
• Multiculturalismo consiste na coexistência de várias culturas em um mesmo espaço, de forma que uma não suprima a outra, mas sim que elas estabeleçam interrelações que, em alguns casos, dão origem a novas culturas. Este é um fenômeno típico do mundo globalizado e conectado pela rede digital.
1) Após a leitura do texto responda, as questões abaixo:
a) Por que a elite social e política brasileira, baseada em conceitos de superioridade racial começou incentivar a imigração?
b) Na sociedade de hoje, percebemos as implicações, as consequências e os resultados dos discursos racistas e do projeto de branqueamento na permanência do racismo estrutural. Explique com exemplos do texto
c) Qual das posturas devemos adotar para a nossa vida? explique
2) Sobre a diversidade cultural do Brasil, responda:
a) Existem culturas que são melhores que outras?
b) Cada cultura possui sua história e seu valor?