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(Unesp-SP) Analise a letra da canção “Mulheres de Atenas”, de Chico Buarque e Augusto Boal, composta em 1976, para responder à questão abaixo.

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas
Quando eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
O seu homem, mares, naufrágios
Lindas sirenas
Morenas [...]

(Chico Buarque, letra e música, 1989.)

a) Cite duas referências míticas presentes na canção.

b) Identifique duas características da condição da mulher na Atenas antiga, citando o trecho da canção que as menciona.​

Sagot :

Resposta:

a) Entre as referências míticas que aparecem no texto, pode-se citar as menções a Penélo-

pe, personagem da Odisseia que tecia ao esperar o retorno do marido; a Helena, cujo rapto

teria servido de pretexto para a Guerra de Troia; aos presságios; e às sirenas (sereias).

b) Sobre a condição da mulher na Atenas antiga, as características apreendidas do texto

são: a submissão, tal como nos trechos “Quando fustigadas não choram / Se ajoelham, pe-

dem, imploram / Mais duras penas” e “Elas não tem gosto ou vontade / Nem defeito nem

qualidade / Têm medo apenas”; a redução ao espaço doméstico e à vida familiar, como em

“Vivem pros seus maridos”, “Sofrem pros seus maridos”, ”Elas tecem longos bordados / Mil

quarentenas”; a função de mãe e geradora de filhos, como em “Geram pros seus maridos

os novos filhos de Atenas”; e ainda o papel sexual da esposa, como em “E quando eles vol-

tam sedentos / Querem arrancar violentos / Carícias plenas” e “Despem-se pros maridos”.