Estimada Victória,
DESENVOLVIDOS: Atividades ligadas ao desenvolvimento de novos produtos, ideias, e serviços, com base em uma economia criativa. Com isso, os países desenvolvidos agregam conhecimento e tecnologia na matéria-prima que, na maioria das vezes, vem de nações subdesenvolvidas, como o Brasil. Veja, por exemplo, o caso da Suíça e do Japão. Já ouviu falar do chocolate suíço? Agora se pergunte quantos quilos de cacau o país europeu produz... Nenhum. Ele importa todo o cacau da África e de outros países. O Japão é conhecido pela produção de carros, eletrodomésticos e robôs. Sabe de onde vem o ferro e outros minerais necessários para isso? Do Brasil...
Além disso, os produtos dos países desenvolvidos são mais caros, pois costumam ter uma maior validade que as matérias-primas (imagine a durabilidade de mangas e melancias quando comparadas a de aparelhos de televisão ou carros). Já os países desenvolvidos trabalham com a criação de produtos inovadores, sem ou com pouca concorrência no mercado, de modo que os valores são bem mais elevados (pensem no preço de carros ou aviões, por exemplo). Com isso, conseguem agregar valor aos seus produtos, gerando mais empregos, desenvolvimento, educação, e tecnologia.
SUBDESENVOLVIDOS: atividades ligadas à produção e extração de matérias-primas, agropecuária, bem como serviços ou indústrias de substituição (em que apenas se copia produtos padrões, com pouca ou nenhuma inovação) sem valor agregado, haja vista que tais atividades não requerem uma grande quantidade de trabalhadores altamente qualificados, pesquisa de ponta, inovação, nem investimento constante em educação. Infelizmente, os produtos e atividades ligadas a serviços e matérias-primas tendem a sofrer oscilações bastante significativas de preço, de modo que podem ser rentáveis em alguns momentos, enquanto em outros não.
Além disso, a venda de matérias-primas (oriundas da agropecuária e da mineração, por exemplo) está associada ao subemprego e a baixos salários, bem como uma dependência tecnológica de outros países. Isso ocorre por ser mais fácil fiscalizar o cumprimento das leis trabalhistas em fábricas (em razão de todos os trabalhadores estarem em um único lugar) do que os espalhados por áreas amplas, como na agropecuária ou dos seringueiros espalhados pela Amazônia.
Obviamente, Victória, a posição de um país enquanto subdesenvolvido, em desenvolvimento, ou desenvolvido não depende, apenas, da vontade da população. É preciso investimento de longo prazo, educação de qualidade, bem como estímulos à criatividade e à inovação para que haja a conquista de mercados.
