O grupo social que foi favorecido com essas medidas foi o dos burgueses ou comerciantes. Essa vantagem vem do fato que, antes, cada cidade estava dentro da área de um feudo e os senhores feudais variavam bastante quanto ao sistema de medidas, quem poderia fazer o comércio, quando as feiras poderiam ocorrer, qual o tipo de moeda a ser utilizada.
Além disso, os valores dos impostos cobrados dos comerciantes ou burgueses pelos senhores feudais variavam bastante e eles precisavam estar sempre próximos desses vários senhores importantes para continuar mantendo o privilégio de comercializar dentro das cidades que estavam na área dos feudos.
Com a centralização do poder na figura do rei, foi possível a unificação da moeda, dos impostos, bem como de um exército que protegesse as riquezas geradas. Além disso, os comerciantes (burgueses) poderiam concentrar o desafio de influenciar as decisões de menos pessoas, em geral, o próprio rei, formando um círculo de influência próximo do rei e não mais tão dispersos nas várias cidades que compunham a área em que esses comerciantes atuavam.
Essas atividades passaram a ser uma concessão do rei, permitindo que algumas famílias ou grupos controlassem o comércio de determinados produtos, monopolizando o comércio e lucrando valores bastante altos.
Desse modo, tornou-se possível um enriquecimento que financiou a expansão marítima dos europeus, através desses comerciantes ricos (burgueses) que esperavam lucrar ainda mais com o retorno de navios cheios das especiarias trazidas de longe (como a pimenta, escravos, o açúcar, o cravo, a seda, a canela, dentre outros).
