A obra Édipo Rei, quando foi encenada pela primeira vez despertou tão fortemente as emoções da plateia que muitos desmaiaram, conta-se que mulheres iniciaram trabalho de parte, dentre outras fortes reações.
O trabalho foi tão trágico que não ganhou o primeiro lugar no concurso, ficando em segundo. Tratando-se de uma obra-prima e de um dos maiores clássicos da literatura universal, referência quando se pensa em tragédia, Édipo Rei despertou repulsa, admiração, dentre outras emoções fortes ao longo da história.
A obra influenciou também diversos novos trabalhos, bem como foi referida em diferentes contextos, dentro da perspectiva da polifonia e da intertextualidade, como no pensamento de Freud, inclusive com a construção de um conceito central na psicanálise denominado "complexo de Édipo".
Quanto à importância do livro para o estudante do ensino médio, além do fato de ser uma obra prima e uma referência em termos de clássicos da literatura, há o teor reflexivo que a história apresenta.
Édipo, com receio de que a profecia se realizasse (o oráculo havia dito que ele mataria o pai e casaria com a mãe), foge da cidade em que era príncipe (em que ele acreditava que era o filho dos reis - na verdade havia sido adotado e não contam isso para ele) justamente para realizar a profecia, ao matar seu pai biológico e casar com a própria genitora, acreditando que eram pessoas com as quais jamais tinha entrado em contato antes.
Nesse sentido, permite despertas nos alunos de ensino médio importantes questionamentos de cunho filosófico como:
a) Será que há um destino, mesmo que ruim, ao qual o indivíduo não pode fugir (afinal, Édipo fez o possível para não matar o homem e casar com a mulher que pensava serem seus pais;
b) A busca da verdade nos conduz a algum objetivo importante? (Ele fez todo o possível para descobrir sua verdadeira origem ao final);
c) Somos nós os responsáveis por nosso destino?
