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Sagot :
É claro que, hoje a reforma agrária não é mais a
reforma agrária clássica. Hoje, o desenvolvimento das forças produtivas na
agricultura e na sociedade e o modelo agrícola que foi adotado exigem o que
chamamos de reforma
agrária de novo tipo. Na qual não é mais suficiente
apenas dividir a terra, lotear em parcelas e botar o pobre em cima e que se
vire. Cinquenta anos atrás, ele se viraria, mas hoje não consegue mais.
Resposta:
Verdadeira.
Explicação:
A estrutura fundiária do Brasil foi estabelecida com a
criação, pelo governo português, de capitanias hereditárias, quando grandes porções de terra eram destinadas a fidalgos portugueses. Teve início assim o grande latifúndio monocultor que, durante séculos, produziu cana e depois café, e impedia ao escravo e ao índio o acesso à terra. No século XIX, a expansão do café exigiu a entrada de grande número de escravos e imigrantes que tinham livre acesso à terra, gerando uma ameaça ao latifúndio monoprodutor. Nesse contexto, surge em 1850 a Lei de Terras, estabelecendo que o acesso à terra só pode ser feito mediante compra e título reconhecido em cartório. Isto institucionalizou o status quo da propriedade privada e do grande latifúndio.
A questão fundiária só voltou a ser discutida após a década de 1950, quando a criação das Ligas Camponesas começou a questionar a distribuição das terras.
Essa discussão resultou, em 1964, na criação do Estatuto da Terra, dando início a uma incipiente reforma agrária.
A partir da década de 1960, a mecanização do campo e a utilização da terra para culturas da exportação provocam uma maior concentração de terras, bem como a expulsão de inúmeros lavradores, dando a impressão de que a terra se exauriu. Mesmo a expansão em direção a oeste vem se dando nos moldes tradicionais de ocupação com base no latifúndio mono produtor. Isto gerou um grande número de sem-terras que se organizam em movimentos como o MST os quais, através de invasões, tentam mudar o curso do processo concentrador.
Espero ter ajudado, bons estudos.
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