Para Santo Agostinho o corpo é inferior ao espírito, de modo que o corpo é o lugar do pecado e dos erros - e o "pai" da Razão - enquanto que o espírito é o lugar da Graça - e a "porta" da Revelação por meio da fé.
Agostinho pretendia, assim, estabelecer de forma clara uma hierarquia que ele pretendia colocar como a base da Teologia Cristã, que reconheceria um papel - menor - da Razão e associaria as necessidades - biológicas - do corpo com o aspecto animal do ser humano.
"Contra" o corpo Agostinho apresentava a ideia de espírito - de modo que ser humano seria dotado de uma natureza dual, era "parte" corpo e "parte" alma, ou seja, parte animal carnal e parte criatura divina - que ele concebia como um "presente" de Deus para os homens e que era responsável, por exemplo, pelas diferenças subjetivas entre as pessoas.
Esta ideia, entre outras coisas, servia de justificativa para as desigualdades sociais, que decorriam não das estruturas sociais, mas dos próprios "talentos" dos sujeitos.
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