Os crescentes casos de violência que, recorrentemente, têm ocorrido em nível nacional e internacional, diuturna e diariamente noticiados pela imprensa, convidam a pensar em uma situação de patologia social. No Brasil, o número de pessoas assassinadas com armas de fogo cresceu 6,8% no país entre 2016 e 2017, de acordo com dados do Atlas da Violência de 2019, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
SACONI, J. P.; GUERRA, R. Atlas da Violência 2019: número de mortos por armas de fogo cresce 6,8% e atinge patamar inédito. O Globo, 5 jun. 2019. Disponível em: https://glo.bo/2HV5ych. Acesso em: 28 ago. 2019.
Em uma análise sociológica sobre o crime, Émile Durkheim diz que, ainda que fato lastimável, é normal, desde que não atinja taxas exageradas. É normal, porque existe em todas as sociedades; para o sociólogo, o crime seria, inclusive, necessário, útil. Sem pretender fazer apologia do crime, compara-o à dor, que não é desejável, mas pertence à fisiologia natural e pode sinalizar a presença de moléstias a serem tratadas.
O crime seria, pois, para Durkheim, socialmente funcional, porque:
Alternativas
Alternativa 1:
É fator de edificação e fortalecimento da solidariedade orgânica, que se estabelece nas sociedades complexas.
Alternativa 2:
Contribui para o crescimento de seitas e de religiões, nas quais as pessoas em situação de risco buscam proteção.
Alternativa 3:
Legitima a ampliação do aparelho repressivo e classista do Estado burocrático nas sociedades baseadas no sistema capitalista.
Alternativa 4:
É uma expressão da natureza humana, por isso, é visto como uma fato social que ocorre apenas nas sociedades menos desenvolvidas (aquelas da solidariedade mecânica).
Alternativa 5:
Ao se tratar de uma anomia, serve para alertar sobre a incapacidade das instituições em resolverem um problema social, por isso, demanda evolução do ordenamento jurídico e possível advento de uma nova moral.