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"Em primeiro lugar, a prática efetiva das ciências não visa apenas descrever a realidade tal como é, mas a criar, graças aos laboratórios, um mundo artificial onde seus conceitos podem ser operacionalizados. Essa tendência, dominante hoje, caracteriza as ciências modernas desde o início. Galileu privilegiava o estudo do movimento num mundo idealizado onde o atrito não existia, o que gerava muitos protestos por parte dos aristotélicos, para quem a física deveria se ocupar da realidade, não importando se tais condições dificultassem os trabalhos dos matemáticos. Segundo, a noção de “descoberta” é ingênua, pois não leva em consideração um fato atualmente bem estabelecido: o de que a realidade sempre nos escapa, pois nossos conhecimentos estão indissociavelmente misturados à nossa noção do real e nossas ferramentas de acesso a eles estão, por sua vez, intrinsecamente ligadas à sociedade que as criou. Reconhecer esses limites conduz a uma verdadeira historicidade dos fatos científicos. Assim, os micróbios de Pasteur não são os nossos: com a mediação de aparelhos e teorias diferentes daquela época, eles são muito mais variados, alguns inclusive se tornaram vírus. Quanto aos átomos, eles constituem uma visão da matéria ainda relacionada com materiais purificados produzidos por laboratórios modernos. Contudo, isso não significa, contrariamente ao que certos teóricos preconizam, que essas entidades seriam ilusões: elas respondem bem aos processos laboratoriais e permanecem elementos essenciais na construção de “fatos” científicos. Mas as características que conhecemos delas não esgotam suas realidades: de certa maneira, essas entidades falam por si mesmas, mas jamais dizem tudo que sabem."


Fonte: NAVES, Rubens. O saber não é neutro. Le Mond Diplomatic Brasil. s/p, meio digital. 2010. Disponível em: .

Sobre a questão dos valores na pesquisa, leia as afirmações abaixo e depois marque a alternativa que apresenta a sequência correta:


I – O paradigma positivista é o mais adequado para as ciências sociais. Ele defende a completa separação da ciência do domínio dos valores e das crenças.


II – É consenso no debate das ciências sociais que a interferência das crenças e valores se faz sentir apenas na etapa inicial da pesquisa. Sendo assim, a escolha do objeto está relacionada com as preferências do pesquisador. Nas etapas seguintes, essas preferências devem ser suprimidas.


III – A exclusão dos valores do cientistas na pesquisa é algo utópico. Assim, o cientista social deve ter consciência de seus valores, para que eles não interfiram negativamente na pesquisa.