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Sagot :
Resposta:
O Plano Cohen foi um documento forjado por militares brasileiros com a intenção de instaurar a ditadura do Estado Novo, em novembro de 1937.
Explicação:
A divulgação do Plano Cohen (1937), um suposto levante comunista que estaria sendo organizado no país, levou Vargas a declarar estado de guerra e a cancelar as eleições marcadas para 1938.
Entretanto, o plano foi uma manobra de Vargas para manter-se no cargo e consolidar o poder no âmbito nacional, superando o federalismo em prol de um Estado centralizador. Instalando, assim, o Estado Novo.
Durante o governo constitucional de Vargas, após sua eleição indireta em 1934, prevalecia ainda o modelo federalista. Apesar de esforços contrários, a Constituição de 1934 havia consagrado federalismo na organização política brasileira, o que ia de encontro aos anseios centralizadores de Vargas.
Esse período também foi marcado por uma crescente polarização ideológica, com a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, em constante embate com a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que se incluía no rol de organizações antifascistas do período compostas por correntes políticas diversas.
Vargas utilizou essa dualidade para fortalecer o sentimento anticomunista na população, que acabaria sendo útil no processo de consolidação de poder.
A previsão constitucional para as eleições diretas de 1938 impedia a participação de Vargas, porém, a princípio, não havia indicações que elas não seriam realizadas. O processo eleitoral estava em curso normalmente, com quatro candidatos disputando a eleição: José Américo, que tinha o apoio oficial de Vargas, ainda que retórico; Plínio Salgado, da AIB e ligado à Vargas nesse momento; Góes Monteiro, do Exército, pretenso representante dos militares e membro do governo varguista; e Armando Sales de Oliveira, candidato da oposição, oriundo de São Paulo e defensor do federalismo. A divulgação do Plano Cohen, contudo, muda esse panorama.
O Plano Cohen detalhava uma suposta organização de novo e ambicioso levante comunista para tomar o poder no país.
A divulgação do Plano Cohen pelo governo foi uma articulação de Vargas com o objetivo de manter-se no poder, apesar da proibição de reeleição, e de angariar apoio público para as medidas centralizadoras que promoveria.
Após a divulgação do Plano Cohen, Vargas declarou estado de sítio e cancelou as eleições do ano seguinte. O êxito do plano, entretanto, não foi resultado apenas da articulação no nível federal. A AIB participou de sua formulação e as Forças Armadas não contestaram a validade suposto plano. Os governadores dos Estados, que haviam sido eleitos, foram cooptados pelo governo Vargas para não oferecerem resistência ao golpe promovido, com a promessa de nomeações para o cargo de interventores em seus estados.
A articulação bem-sucedida permite que Vargas outorgue a Constituição de 1937, centralizadora e com matizes autoritárias, consolidando o poder no Executivo federal.
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