Como a imprensa jovem resiste tanto á internet
Para surpresa de muitos, os jornais infantojuvenis não conhecem a crise vivida hoje pela imprensa em todo o mundo. E ainda, o que é mais inesperado, sua versão impressa muitas vezes é a preferida das crianças e jovens.
De fato, a oferta de jornais e revistas para essa faixa etária vem aumentando nos últimos anos, mesmo com a concorrência dos portais online. Na França, por exemplo, existe hoje um total de 286 títulos para crianças e jovens, que reuniu 9,6 milhões de leitores em 2017. No Reino Unido e nos Estados Unidos há publicações para o público infantil criadas há mais de vinte anos, dentre eles a Time for Kids (EUA), que possui nas escolas 1.5 milhão de leitores alunos e 58 mil professores, e o jornal semanal First News (Reino Unido), que registra a circulação média de 79 mil exemplares. No Brasil, o Joca, primeiro e único jornal feito especificamente para o público infantojuvenil, possui hoje 20.000 assinaturas feitas por escolas e pessoas físicas.
Com apresentação sempre inovadora, as publicações trazem quadrinhos, questionários, piadas, mas também informações reais, por meio de um jornalismo autêntico e com linguagem adequada à faixa etária. Sabemos que tudo isso já está presente em sites para este público e de forma interativa. Então, por que o formato impresso ainda atrai?
Há três aspectos que contribuem para isso na leitura do jornal. Em primeiro lugar, o acesso às mesmas notícias veiculadas para os adultos por meio de um portador semelhante ao lido por seus pais e responsáveis, traz a certeza às crianças e jovens de que algo que é do mundo está a seu alcance, proporcionando o sentimento de pertencer à sociedade e fazendo com que se sintam valorizados. Em segundo lugar, poder manusear o periódico, folhear e dividi-lo em partes para facilitar a leitura, informar-se e discutir com colegas na escola ou em casa são procedimentos que formam um leitor curioso e com repertório, que reflete sobre os fatos e se prepara para atuar como cidadão engajado e protagonista.
Por fim, o fato de ser impresso ─ e no caso do Joca trazer as fontes indicadas ao final das matérias ─ dá ideia de confiabilidade ao jornal contra as fake news. É necessário formar o leitor para que saiba diferenciar uma notícia falsa de uma verdadeira, ensinando-o a buscar fontes verdadeiras e a se proteger de informações mentirosas, tendo sempre certeza sobre a origem das matérias. Não é possível controlar o que se lê nas redes sociais e na web, mas é viável (e necessário) incluir as crianças e os jovens no debate, compartilhando, discutindo e comparando notícias e fontes, para que aprendam a buscar informações apenas em veículos com credibilidade e adquiram recursos para defender suas ideias com senso crítico.
Nas escolas em que o Joca está e onde é usado de forma frequente e sistemática, os professores têm observado que os alunos se tornam mais críticos e argumentativos e mais inconformados com questões para as quais não se apresenta solução, como, por exemplo, um buraco sem conserto em sua rua ou mesmo a corrupção. Esses alunos em geral se colocam diante dos fatos não apenas para denunciar, mas para buscar uma solução para aquilo, assumem o papel de cidadãos questionando-se: o que eu tenho a ver com isso? Como eu posso mudar essa realidade?
1 ) Explique por que ele pode ser considerado provocador?
2) Qual e o posicionamento da autora sobre o assunto abordado no texto?
3) o ponto de vista da autora e contruido com base em informaçoes veridicas?
Justifique sua resposta.