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O que houve com essa posição intelectualista de Sócrates?

Sagot :

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SÓCRATES

Aprenda sobre Sócrates e sua contribuição para Filosofia.

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No século V a.C., Atenas passava por sua época de ouro. O Século de Péricles foi o momento de máximo poder e, consequentemente, de início do declínio do poder ateniense. Péricles, o governante de Atenas em grande parte do século V a.C., era um democrata (ou um demagogo) que governava com o apoio do povo. Com o dinheiro recebido pelo tesouro ateniense por causa dos tributos cobrados às cidades protegidas por Atenas, e com a riqueza produzida pela grande quantidade de escravos capturados nas guerras, Péricles incentivou as artes, a literatura e a filosofia, promovendo inúmeros festivais de poesia e de teatro que reuniam os maiores escritores da Grécia. A livre circulação de artistas, poetas, dramaturgos, sofistas e filósofos, além da pujança econômica ateniense, teve como consequência um raro momento na história anterior à Modernidade no qual a liberdade de pensamento foi valorizada não apenas por intelectuais, mas também pelo poder político.

No fim do século V, contudo, a Grécia passou por uma grande crise econômica, por derrotas militares, pela peste; igualmente, o clima de liberdade intelectual foi afetado. Um sinal dessa crise ateniense e grega foi o julgamento e a morte de um dos mais importantes filósofos de todos os tempos.

Sócrates (c.470 – 399 a.C.), filho de uma parteira com um escultor, foi um valoroso soldado em sua juventude e casou-se com uma vendedora de legumes chamada Xantipa. A tradição diz que Xantipa reclamava por Sócrates não levar dinheiro para casa, ficando, em vez disso, o dia todo na praça conversando com seus jovens amigos. O que Xantipa não sabia era que a História recordaria seu nome somente por causa dessas conversas de seu marido – conversas que não somente criaram a filosofia como existe até hoje, mas, principalmente, influenciaram profundamente certos pensadores, como Platão e Aristóteles, que, por sua vez, foram a matriz das ciências humanas e naturais do Ocidente.

Sócrates foi um dos mais influentes filósofos. Embora nenhum escrito de Sócrates tenha sobrevivido, é considerado figura paradigmática da forma como um filósofo deve viver. Sócrates valorizava a argumentação e a razão para encontrar a verdade sobre os conceitos utilizados pelos homens. Afirmava ser guiado por um daimon que avisava sobre o certo e o errado; Platão sugeriu que Sócrates apreciava experiências místicas. A maior parte de seu tempo era utilizado em discussões filosóficas com aqueles que encontrava nos lugares públicos de Atenas. Os rapazes jovens gostavam de assistir às suas discussões frequentes contra os sofistas.

Tudo o que se sabe sobre Sócrates é conhecido por meio de três fontes diferentes: Aristófanes, que caricaturou o filósofo em As Nuvens; Xenofonte, que descreveu-o respeitosamente, mas sem compreender sua profundidade filosófica; e Platão, em cujos diálogos idealiza seu professor e provavelmente desenvolve a filosofia de Sócrates muito além do seu pensamento original. A principal questão colocada por Sócrates é: “Como devo viver?”. Para responder a essa questão, de ordem moral, é que Sócrates faz seu percurso intelectual e procura adquirir conhecimento.

Sócrates personifica exemplarmente o amor ateniense pela razão e pela moderação; ele considerava que virtude é conhecimento e conhecimento é virtude; e o conhecimento é verdadeiro apenas quando alcança o estágio da definição absoluta. Essa posição pode ser chamada de “intelectualismo ético”: o conhecimento intelectual conduz à correção moral.

Sócrates personifica exemplarmente o amor ateniense pela razão e pela moderação; ele considerava que virtude é conhecimento e conhecimento é virtude; e o conhecimento é verdadeiro apenas quando alcança o estágio da definição absoluta. Essa posição pode ser chamada de “intelectualismo ético”: o conhecimento intelectual conduz à correção moral.Sócrates muitas vezes debate com os sofistas; embora possuam objetivos muito diferentes, tanto Sócrates quanto os sofistas compartilhavam seus meios: a argumentação. Isso levou muitos atenienses a confundir os dois, considerando Sócrates um sofista e os sofistas, filósofos. Sócrates foi acusado de corromper a juventude, ensinando a tornar uma ideia fraca mais forte (justamente o que faziam os sofistas). Considerado culpado, foi condenado a beber veneno. Aceitou com serenidade o seu julgamento e a sua condenação. Defrontado com a possibilidade da fuga, preferiu enfrentar seu destino em nome da justiça; no momento da morte, foi ele quem consolou seus amigos desesperados.