A ideia central é a manutenção da tradição, o objetivo do texto é informar e argumentar com o intuito de convencer, já que ele adjetiva o "outro" carnaval - mais conhecido de estrangeiros e da massa - , como uma grande indústria.
Um possível interlocutor seria uma pessoa menos voltada para cultura de massa e mais atenta à cultura local ou preservação da memória cultural.
Formação discursiva sob o olhar de M. Foulcaut.
A noção Foucaultiana do discurso afirma que ''[...] discurso é uma representação culturalmente construída pela realidade, não uma cópia exata.” Não é a realidade, é construido sobre os olhares que os sujeitos discursivos têm dela.
Analisando de forma rasa:
- Constrói o conhecimento, portanto, regula através da produção de categorias de conhecimento e conjuntos de textos o que é possível de ser falado e o que não é, ele reproduz e produz o poder e o conhecimento simultaneamente.
- Define o sujeito, moldando e posicionando quem ele é e o que ele é capaz de fazer. Assim, a chamada da noticia "Na contramão[...]" já se posiciona em um local discursivo, quando assume que há uma grande indústria do carnaval - há os locais discursivos que discordam deste.
- Ao se definir sujeito discursivo, por dedução, temos um interlocutor a quem ele se dirige e com quem interaje dentro de uma hierarquia. No caso do "Na contramão[...] "o interlocutor pode ser definido dentro de certa classe econômica e social.
- O poder circula pela sociedade e mesmo sendo hierarquizado, não é simplesmente um fenômeno que vai de cima para baixo.
- Podemos ver regimes de poder através da desconstrução histórica e lógica de sistemas geradores de opiniões e significados. ⇒Fazendo o caminho inverso, pode-se chegar em como e por que algumas categorias de pensamento e linhas de argumentação se tornaram verdades, enquanto outras maneiras de pensar, ser e de agir foram marginalizadas ou ditas como anormais.
Isto fica mais evidente quando se analisa quais são os discursos aceitos hoje como politicamente corretos e os seus porquês; e quais eram, e porque eram, em um passado recente.
Como o assunto é bem extenso, para fechar a exposição, sugere-se esta tarefa:
- Procure as letras das música Vale-Tudo, de Tim Maia, e Baby, de Raul Seixas.
- Analise-as sob a ótica dos discursos que circulam e norteiam camadas sociais do mundo hoje em relação aos conceitos de certo x errado, fobias, exploração infantil, inclusão, etc.
- Em sua opinião, estas músicas seriam aceitas hoje, fariam sucesso ou criariam polêmica? Por que?
- Em sua opinião, os discursos atuais que podem se referir a estas músicas estão de acordo com a realidade? São mesmo inclusivos ou excluem alguma parcela da população?
- Existem gradientes nestes discursos, ou apenas extremos?
Bons estudos.
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