Alguém me ajuda no fichamento sobre Darwinismo. Precisa destacar 10 partes do texto e fazer um comentário para cada um deles. Se alguém puder me ajudar com somente 1 ou 2, agradeço.
Texto:
No dia 24 de novembro de 1859 é lançada a obra Sobre a origem das espécies
por meio da seleção natural, do inglês Charles Darwin, sendo que seus 1.250
exemplares foram vendidos todos no mesmo dia. (Godoy, 1988)
Entre as idéias de Darwin, destacavam-se: a crença em um mundo vivo mutável, a
crença de que homens e macacos são ramos diferentes de uma mesma espécie (os mamíferos)
que têm todos um ancestral comum; a crença de que o processo de mutação é lento e gradual
e que o mecanismo de mudança é a seleção natural. (Godoy, 1988)
Karl Marx lhe fez uma dedicatória no segundo volume de O capital: "é notável como
Darwin reconhece entre os animais e plantas sua sociedade inglesa, com sua divisão do
trabalho, competição, abertura de novos mercados, invenções e uma malthusiana luta pela
existência". (Godoy, 1988)
Observa-se que Marx tentou transpor as idéias darwinistas para uma explicação crítica
da sociedade. Contudo, outros pensadores as utilizaram para explicar e justificar a sociedade
estratificada produzida, na época,
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pelo capitalismo industrial. E foi esta alternativa que acabou originando o darwinismo social.
O zoólogo francês Jean-Baptiste de Lamarck (1744-1829) enunciou a teoria da
evolução que se fundamentava na transmissão dos caracteres adquiridos. Esta noção (hoje
ultrapassada) influenciou intelectuais da época, inclusive os adeptos do darwinismo social.
O próprio Darwin recorreu à elaboração dessa teoria, embora em menor escala que Lamarck.
(Clarck, 1988)
O darwinismo social pode ser definido como a aplicação das leis da teoria da seleção
natural de Darwin na vida e na sociedade humanas. Seu grande mentor foi o filósofo inglês
Herbert Spencer (1820-1903), que inclusive criou a expressão "sobrevivência dos mais
aptos", que mais tarde também seria utilizada por Darwin. O darwinismo social considera
que os seres humanos são, por natureza, desiguais, ou seja, dotados de diversas aptidões
inatas, algumas superiores, outras inferiores. A vida na sociedade humana é uma luta
"natural" pela vida, portanto é normal que os mais aptos a vençam, ou seja, tenham sucesso,
fiquem ricos, tenham acesso ao poder social, econômico e político; da mesma forma, é
normal que os menos aptos fracassem, não fiquem ricos, não tenham acesso a qualquer forma
de poder. Além disso, Spencer argumentava que o processo natural da seleção
biossociológica das elites era prejudicado pelo Estado, com adoção de medidas sociais de
ajuda aos pobres. Argumentava que a teoria científica da seleção natural mostrava que os
inferiores, os menos aptos, deveriam morrer mais cedo e deixar menos descendentes. (Blanc,
1994)
É importante ressaltar que ao darwinismo social concorreram outras ciências, como a
genética, a psicologia, a neurologia, a sociologia, a antropologia e a etnologia.
A genética considerou que a definição e a hierarquização das raças se baseavam em caracteres
aparentes (cor da pele, textura do cabelo, forma do crânio). A psicologia e a neurologia
buscaram comparar o rendimento intelectual (testes de QI e aptidões) dos indivíduos ou dos
grupos e a análise das diferenças logo se transformou em estudo das relações de superioridade
e inferioridade. A sociologia tentou aplicar o resultado de pesquisas biológicas e genéticas
feitas em animais aos homens e difundiu o conceito de "limiar de tolerância" como recurso
natural para justificar a rejeição das minorias. A antropologia e a etnologia definiram as raças
como resultado de uma divisão da humanidade em função de características físicas
transmissíveis. (Jacquard, 1984) Pode-se observar que o darwinismo social, na verdade, era
ideológico estava, desde o início, associado a uma apologia do laissezfaire econômico e
social, a uma defesa da sociedade capitalista. Assim, rapidamente vinculou-se a ideologias
eugenistas e racistas.
A eugenia foi fundada em 1883 pelo primo de Darwin, Francis Galton (1822-1911).
Preconizava o favorecimento, pelo Estado, da formação de uma elite genética por meio do
controle científico da procriação humana, onde os inferiores (os menos aptos) seriam ou
eliminados ou desencorajados de procriar. Visava essencialmente o aperfeiçoamento da raça.
(Thuillier, 1984)