Natal
Jesus nasceu! Na abóbada infinita
Soam cânticos vivos de alegria;
E toda a vida universal palpita
Dentro daquela pobre estrebaria.
Não houve sedas, nem cetins, nem rendas,
No berço humilde onde nasceu Jesus.
Mas os pobres trouxeram oferendas
Para quem tinha de morrer na Cruz.
Sobre a palha, risonho e iluminado
Pelo luar dos olhos de Maria,
Vede o Menino Jesus, que está cercado
Dos animais de pobre estrebaria.
Não nasceu entre pompas reluzentes:
Na humildade e na paz desse luar,
Assim que abriu os olhos inocentes,
Foi para os pobres seu primeiro olhar.
No entanto, os reis da terra, pecadores,
Seguindo a estrela que ao presepe os guia,
Vêm cobrir de perfumes e de flores
O chão daquela pobre estrebaria.
Sobem hinos de amor ao céu profundo;
Homens, Jesus nasceu! Natal! Natal!
Sobre esta palha está quem salva o mundo
Quem ama os fracos, quem perdoa o Mal!
Natal! Natal! Em toda a Natureza
Há sorrisos e cantos, neste dia.
Salve, Deus da Humanidade e da Pobreza,
Nascido numa pobre estrebaria.
Olavo Bilac
Observe os seguintes empregos da preposição "de": "Dos animais" (v. 12) e "de flores" (v. 19). Em cada caso, ela indica uma relação de sentido diferente. Cite os valores semânticos dessa preposição nos exemplos citados. Reescreva, ainda, cada construção, substituindo o "de" por outra preposição de sentido equivalente