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Sagot :
Resposta:
Como aconteceu em outras partes das Américas, o contato dos europeus com tribos indígenas que estavam vivendo isoladas há milhares de anos nas Ilhas do Caribe resultou em diversos surtos de doenças epidêmicas como a varíola, a gripe, o sarampo e o tifo. Uma outra doença infectocontagiosa que merece destaque é a sífilis. Uma antiga máxima, que não consegui encontrar o autor, afirmava que “a civilização das Américas trouxe a sifilização dos índios”. Estudos médicos recentes colocam em dúvida o sentido da contaminação da sífilis e afirmam que a doença pode ter sido trazida das Américas para a Europa.
Esse conjunto de enfermidades atingiu em cheio as populações locais – em apenas 30 anos, entre oitenta e noventa por cento dos indígenas tainos da Ilha Hispaniola morreram vítimas dessas doenças e epidemias. Esse índice de mortalidade se repetiu entre todas as populações indígenas das ilhas caribenhas e do trecho continental da América Central. A solução encontrada por todas as nações colonialistas da região foi a importação de escravos africanos para suprir as carências de mão de obra nas plantações de cana de açúcar.
Um dos principais centros produtores de açúcar do Mar do Caribe foi o Haiti, uma colônia da França que surgiu a partir de um acordo de cessão da parte ocidental da Ilha Hispaniola pela Coroa da Espanha em 1697. Ao longo de todo o século XVIII, o Haiti foi a colônia francesa mais próspera das Américas. Além do açúcar, o Haiti ganhou fama mundial com a produção do rum, uma bebida típica do Caribe destilada do melaço da cana de açúcar
Durante muito tempo, os espanhóis ficaram completamente obstinados com as notícias de riquezas na forma de metais preciosos como o ouro e a prata, não se esforçando quase nada para gerar riquezas com a produção de açúcar. Por todos os lados se organizavam expedições que partiriam em busca desses tesouros no continente – um dos principais objetivos era se encontrar a lendária El Dorado, uma cidade feita inteiramente de ouro. Quem efetivamente iniciou a produção de cana e de açúcar em larga escala no Caribe foram os ingleses, franceses e holandeses em suas colônias.
Quando os primeiros espanhóis chegaram ao Novo Mundo, encontraram as Ilhas do Mar do Caribe já povoadas por inúmeras tribos indígenas. Esses nativos foram denominados erroneamente de “índios” por Cristóvão Colombo, que àquela altura imaginava ter conseguido dar a volta ao mundo e chegado na Índia. As principais tribos locais eram os tainos, galibs, igneris e os guanahatabeys, além dos temidos karibs, guerreiros navegadores e canibais que assolavam as principais ilhas e que deram seu nome ao Mar do Caribe. O povoamento das ilhas por essas tribos começou por volta do ano 5 mil a.C.
Segundo historiadores, a exploração dos nativos começou já a partir da segunda expedição de Colombo para o Novo Mundo. Indicado Governador, Colombo passou a cobrar tributos dos indígenas da Ilha Hispaniola – todo taino com idade acima de 14 anos era obrigado a entregar uma porção de ouro a cada 3 meses às autoridades espanholas. Caso não tivesse ouro, o tributo poderia ser pago com 25 kg de algodão.
De acordo relatos do Frei Bartolomé de las Casas, um frade dominicano que se notabilizou como um grande defensor dos indígenas, “quem não pagasse o tributo tinha as mãos cortadas e era deixado a sangrar até morrer”. De las Casas era famoso por exagerar em suas observações e crônicas, o que deixa margens de dúvidas sobre a existência de tais atos.
Uma dos mais importantes comercializadoras de açúcar na Europa no século XV era a poderosa família Centurione de Gênova, na Itália. Em 1478, um dos navios dessa família foi enviado para a Ilha da Madeira com a missão de buscar um grande carregamento de açúcar. No comando do navio estava um jovem capitão italiano, que poucos anos mais tarde mudaria os destinos da humanidade – seu nome era Cristóvão Colombo. O jovem capitão acabou indo morar na Ilha da Madeira e trabalhou por vários anos em navios de transporte de açúcar.
Em 1492, Colombo comandaria uma pequena esquadra de naus espanholas numa perigosa viagem em busca de um caminho alternativo para a Índia e acabaria por descobrir a América. Em sua segunda expedição ao Caribe em 1493, Colombo trouxe as primeiras mudas de cana de açúcar, uma cultura que ele já conhecia bem desde os tempos em que viveu na Ilha da Madeira.
Critovão Colombo enviou uma carta em 1494 a Dom Fernando de Aragão e Dona Isabel de Castela, os Reis Católicos da Espanha, informando que havia plantado a cana de açúcar na Ilha Hispaniola e solicitava aos soberanos o envio de mais mudas desde a Ilha da Madeira. Segundo documentos del Archivo de Indias, as canas “medraram tão bem, que, poucos anos depois, já havoravam ali 40 engenhos”.
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