É indubitável, de fato, que muitos avanços já foram conquistados no que tange ao destino final dos resíduos sólidos, tais como a coleta seletiva em algumas localidades e a proibição de lixões a céu aberto. Essas medidas pontuais, contudo, são incapazes de resolver a questão do lixo no Brasil, visto que a coleta seletiva, apesar de simples, ainda é incomum nos domicílios brasileiros. Além disso, são poucas as prefeituras que detêm profissionais e equipamentos próprios para a realização da reciclagem. Dessa forma, diversos polímeros com potencial para serem reutilizados vão parar em aterros sanitários, tornando-se inúteis e sendo acumulados.
Assim, a atitude antrópica de descartar lixos nas vias urbanas, além de dificultar o trabalho dos agentes de limpeza, também contribui, de forma significativa, para o surgimento de problemas ambientais, fisiológicos e econômicos decorrentes do acúmulo de resíduos sem o tratamento necessário. Tal situação gera consequências como: a fermentação do lixo e produção de biogás (contribuindo para o efeito estufa), liberação do chorume que pode contaminar os lençóis freáticos e propicia o aumento da população de roedores que podem propagar enfermidades como, por exemplo, a leptospirose. Dessa forma, a saúde e economia das populações ribeirinhas e carentes serão afetadas por estarem submetidos a condições insalubres.
Portanto, com o fito de garantir a correta destinação final do lixo no Brasil e aumento da coleta seletiva, cabe aos governos municipais adquirir maquinário especial e capacitar profissionais para o recolhimento adequado do lixo residencial. Ademais, urge que a Escola promova para os alunos - desde o Ensino Fundamental I - debates de conscientização e atividades lúdicas com a finalidade de conscientizar a futura geração acerca dos problemas oriundos do descarte incorreto de materiais. Dessa forma, espera-se com essas medidas que o lixo não venha mais a ser causador de problemas, mas impulsionador econômico daqueles que o recicla.
