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Escolha um outro ser(objeto, animal) e lhe atribua característica humanos, como o presente (observação, reflexão ) e a voz ( palavra ).

o objetivo é produzir um texto crítico, usando um outro olhar, uma outra perspectiva

título..
minino de 15 linhas e máximo de 30
pode ser escrito em prosa ou verso.​​


Sagot :

A personificação é uma forma de muita importância na língua

portuguesa. Talvez em todas as línguas. Tem aqui um resultado desta

forma.

Não tenho muita memória de mim.

Mas há muitos, muitos tropeções atrás eu e minhas irmãs, não era o

vento que nos acariciava ou fustigava nossas faces e fazia tropeçar. Eram

as muitas águas que nos banhavam e nos arrastavam.

Batíamos umas nas outras e eu sentia essa dor.

Até que um dia me apercebi de que não me mexia mais e que as águas

tinham deixado de nos levar.

Minhas primas por baixo de mim sempre foram mais suaves, menos

duras que eu.

Por isso eu cuidava delas, fazendo- lhes sombra. E elas ficavam muito

gratas.

- Eu estou aqui para vos ajudar. Não tenham medo. Comigo cá em cima

eu vos protegerei.

Agora fazia muito calor e em vez das águas eram os ventos, uns atrás

dos outros que nos fustigavam.

- Tenho tanto calor que até era capaz de tirar um bocado de mim em

troca de um banho de água. Murmurei eu, em voz rouca, num desses

tórridos dias.

Mas não veio água nenhuma e tive que ficar a sofrer em meu desespero

e esperar pela escuridão mais fresca que todos os dias nos visitava.

Em minhas primas o calor e o vento as foi maltratando.

Senti pena de elas estarem a sofrer.

Mas nada podia fazer senão ouvir e sentir o vento e o calor a tirar

camada após camada de seus corpos.

A princípio não percebi que era por eu ser mais dura que não estava me

tornando igual a elas.

E fui ficando no cima de uma coluna, que se tornava cada vez mais fina.

Ficando eu cada vez menos equilibrada em seu altivo topo.

Mais ventos passaram e vi muitos bichos de duas pernas andarem entre

as colunas que se haviam formado.

Eles eram tão desajeitados, com seus corpos a oscilar de um lado para o

outro. Pareciam que tinham dificuldade em estarem num mesmo sítio.

E emitiam ruídos. Não sempre continuados, mas algo como pequenas

rajadas de vento.

Um dia vi , num grupo deles , um mais pequeno que o outros.

E tinha a rajada de vento mais suave.

E ouvi ele ventar esta frase:

- Pai, o que são aquelas colunas com pedras lá no alto?

- Minha filha aquilo são Chaminés de Fadas.

- Ah! – disse o mais pequeno. – Não sabia que havia fadas no deserto.

- Agora já sei quem sou. E tenho nome. Um belo nome.

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Bons estudos.

Att   Duarte Morgado

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