Após a leitura das cantigas trovadorescas pode-se afirmar que trata-se de:
Sedia la fremosa seu sirgo torcendo
(Estevão Coelho)
Sedia la fremosa seu sirgo trocendo,
As voz manselinha fremoso dizendo
Cantigas d´amigo.
Sedia la fremosa seu sirgo lavrando,
Amor muy manselinha fremoso cantando
Cantigas d´amigo.
_ Par Deus de Cruz, dona, sey que avedes
Amor muy coytado que tan bem dizedes
Cantigas d´amigo.
_ Avuytor momestes, que adevinhades.
(Cantiga nº 321 – Cancioneiro da Vaticana)
Estava a formosa seu fio torcendo
(Paráfrase de Cleonice Berardinelli)
Estava a formosa seu fio torcendo,
Sua voz harmoniosa, suave dizendo
Cantigas de amigo.
Estava a formosa sentada, bordando,
Sua voz harmoniosa, suave cantando
Cantigas de amigo.
_Por Jesus, senhora, vejo que sofreis
De amor infeliz, pois tão bem cantais
Cantigas de amigo.
_Abutre comestes, pois que adivinhais.
BERARDINELLI, Cleonice. Cantigas de Trovadores Medievais em Português Moderno. Rio de Janeiro: Organ. Simões, 1953, p. 58-59).
Após a leitura das cantigas trovadorescas pode-se afirmar que trata-se de:
I- Uma cantiga de amigo, pois é uma composição breve e singela na voz de uma mulher apaixonada;
II- É uma cantiga de amor, nela o eu-lírico masculino dialoga com a moça nos dois dísticos finais.
III- Caracteriza-se como uma cantiga de escárnio em que são destacados a ironia e o escárnio.