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Sagot :
Já faz quatro meses que não escuto um dos meus jovens alunos/as perguntar: “É pra copiar?”, quando durante uma aula, tem matéria escrita no quadro. Ou aquela já famosa e detestada interrogação, “vale ponto?” ou ainda a indagação, “vai dar visto nesse exercício?”. Também tem a dúvida “pode ser em trio?”, quando instrui os alunos a formarem duplas. Às vezes, um aluno/a me pergunta: “E aí, professora, já fez chamada?”, mesmo eu sempre fazendo no final da aula. Faz tempo que não escuto um “poxa, professora, libera a gente mais cedo!”. Vinte semanas que não ouço ninguém reclamar que fez o trabalho, mas tá sem nota no sistema, nem protestar contra trabalhos em grupo, argumentando que preferia fazer sozinho. Essas pequenas interações que temos com os estudantes, tem feito muita falta no meu cotidiano. E falo isso plenamente consciente que reclamo de tudo isso. Não raro, respondo essas perguntas com impaciência. Desculpem por isso.
Meses que não repito várias vezes a mesma explicação; que não planejo jogar Bingo que não tem nada a ver com números, só pra praticar um vocabulário novo; que não marco uma aula no laboratório de informática pra poder ver vídeos no YouTube; que não escrevo a data no quadro; que não rio com respostas inusitadas pra perguntas que achei que eram óbvias; que não entro na sala errada porque dou aula em tantas salas diferentes, para tantas turmas diferentes; que não peço ajuda pra montar o projetor; que não chamo de Matheus alguém que se chama Gabriel porque afinal eu tenho uns 10 alunos com esses nomes; que olho pra Mariana e penso que ela se parece muito com a Carine, da 2001a, será que são irmãs?
Quatro meses que a gente não abraça aqueles ex-alunos queridos quando nos encontramos no refeitório, na quadra, nos corredores. E tem sempre uns que a gente vê, nos dão um sorriso, e soltam um: “E aí, professora?”, e nem sempre a gente recorda quando aquela pessoa esteve sentada nas carteiras das nossas salas. De que turma ele era mesmo? Caramba, eu vi esse menino tímido e baixinho, agora já tá se formando! Eu vi essa garota introvertida e quieta virar representante de turma, artista, ativista, Quanto mais tempo na mesma escola, mais a gente fala essas coisas, afirmamos nossa surpresa diante da constatação que o tempo passa, que os alunos e alunas crescem, florescem, vão embora.
Meses que não repito várias vezes a mesma explicação; que não planejo jogar Bingo que não tem nada a ver com números, só pra praticar um vocabulário novo; que não marco uma aula no laboratório de informática pra poder ver vídeos no YouTube; que não escrevo a data no quadro; que não rio com respostas inusitadas pra perguntas que achei que eram óbvias; que não entro na sala errada porque dou aula em tantas salas diferentes, para tantas turmas diferentes; que não peço ajuda pra montar o projetor; que não chamo de Matheus alguém que se chama Gabriel porque afinal eu tenho uns 10 alunos com esses nomes; que olho pra Mariana e penso que ela se parece muito com a Carine, da 2001a, será que são irmãs?
Quatro meses que a gente não abraça aqueles ex-alunos queridos quando nos encontramos no refeitório, na quadra, nos corredores. E tem sempre uns que a gente vê, nos dão um sorriso, e soltam um: “E aí, professora?”, e nem sempre a gente recorda quando aquela pessoa esteve sentada nas carteiras das nossas salas. De que turma ele era mesmo? Caramba, eu vi esse menino tímido e baixinho, agora já tá se formando! Eu vi essa garota introvertida e quieta virar representante de turma, artista, ativista, Quanto mais tempo na mesma escola, mais a gente fala essas coisas, afirmamos nossa surpresa diante da constatação que o tempo passa, que os alunos e alunas crescem, florescem, vão embora.
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