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Sagot :
Resposta:
O poder está presente em várias esferas de atuação na sociedade: na família, com rara exceção, o poder é paternal ou maternal; nas associações, por um corpo diretivo ou um presidente credenciados para defender os seus associados; numa sociedade empresarial, um dono ou um colegiado dirigido por um executivo que definem estratégias e comandam o seu corpo funcional; nas igrejas, por uma hierarquia que, em nome de Deus, impõe regramentos dogmáticos a serem obedecidos e seguidos por todos os seus fiéis; em um partido político, pelo seu diretório ou comandante supremo e nos Estados por várias formas de governos. Enfim, onde existirem humanos reunidos, em raríssimos casos, o fator poder, conforme o conceito acima descrito, sempre se fará presente para ordenar e harmonizar a convivência coletiva.
Estamos sempre na busca de exercer um certo tipo de poder, às vezes conscientes, outras vezes agindo por instinto. O poder é exercido, seja para impor uma vontade a outrem, para compor interesses diferentes e até mesmo divergentes ou para fazer valer uma norma coletiva capaz de promover a harmonia nas relações humanas. O fato é que a relação de poder é um fator inerente à vida em sociedade. O poder, quase sempre, é exercido sem que a parte submissa perceba, quero dizer, na maioria das vezes, o poder é imperceptível. A sutileza no exercício do poder é um fator importante na relação de mando, pois envolver a parte submissa na engrenagem dominante como se fosse parte do todo, como se o projeto dominante fosse dela, é a melhor maneira de dar ao poder constituído uma eficácia duradoura.
Falamos aqui de poder em geral, qualquer que seja ele: aquele exercido em uma empresa, numa família, no sindicato, nas igrejas, ou seja, em todos os círculos de convivência humana. Mas para efeito deste artigo, o que interessa é o poder político. Dele, todos os demais são dependentes, com maior ou menor intensidade. É do poder político a maior interferência em dois elementos fundamentais que homens e mulheres buscam ao longo de toda a história da humanidade: a liberdade e a igualdade.
A política, especialmente no brasil, tem sido vilipendiada. O desprezo por esta atividade humana é tamanho que quando alguém se propõe a debater ou simplesmente mencionar a política como algo inerente ao convívio humano, é vítima, no mínimo, de olhares. Para as pessoas comuns, política virou sinônimo de práticas ruins: malvadeza, corrupção, simulação e dissimulação, enganação. Há no senso comum, uma intolerância com esta complexa atividade da qual, paradoxalmente, é dela a responsabilidade pela condução das atividades do Estado que tanto interferem na vida dos indivíduos.
Por outro lado, há um público que se interessa pela política e até se dispõe a travar um combate diário para torná-la um espaço saudável de participação coletiva e de persecução do bem. Este interesse é um indicativo de que a reconhecida repulsa, a alienação e a indiferença não suplantaram a arte do bem fazer política. E isso é bom, pois reforçar a negatividade da política ou permitir o rebaixamento da política a interesses particulares é deixar um campo aberto àqueles que desejam aparelhar o Estado em seu benefício, sem se preocupar com a coletividade.
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