Resposta:
Eis, então, como Lacan se refere ao transitivismo em Os complexos familiares: Em Os complexos familiares, texto publicado que mais traz as formulações de Lacan de 1936, o estádio do espelho se apresenta como uma experiência própria do “complexo de intrusão”, em que o rival é representado, de modo exemplar, pela figura do irmão.
Explicação:
Embora o termo “transitivismo” apareça uma única vez, Lacan aborda os fenômenos do despotismo, da sedução e da exibição, que ocorrem quando duas crianças pequenas, entre seis meses e dois anos, ficam juntas, se confundem e reagem com agressividade uma à outra, configurando uma reação de “rivalidade objetivamente definível” (Lacan, 1938/1985, p. 31). Lacan destaca como a criança, durante a fase especular, se refere a si mesma na terceira pessoa, localizando aí o “transitivismo”, e novamente se refere às contribuições da psicologia do desenvolvimento de Bühler: Como se viu, Bühler chama de transitividade a trama identificatória especular, própria de uma fase da vida da criança em que ela se identifica e se confunde com a imagem do corpo do outro. Como exemplo, menciona uma criança que chora ao ver outra chorar ou, ainda, ao vê-la cair, como se o tombo tivesse ocorrido a ela mesma, narrando diversas histórias ilustrando esse tipo de experiência, o que parece ter chamado atenção de Lacan, como se viu nas passagens comentadas acima.
