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Sagot :
Resposta:
O conto tem início com uma explanação do autor a respeito de algumas atividades e produtos relacionados ao período da escravidão no Brasil, particularmente a repressão aos negros fujões: a máscara de ferro, que impedia a alimentação, era utilizada para afastar o vício da cachaça, que geralmente conduzia ao roubo; a coleira de ferro, castigo aplicado a escravos recapturados; para a produção de tais artefatos, recorria-se a funileiros e ferreiros, atividade então próspera. Outro ofício era o de caçador de escravos fugidos, ao qual se dedicavam aqueles que não encontravam sucesso em outra profissão.
É o caso do protagonista, Cândido Neves. Depois de tentar, sucessivamente, os ofícios de tipógrafo, comerciante e entalhador, tornou-se caçador de escravos. A paixão pela moça Clara trouxe o desejo de constituir família e a ansiedade por uma ocupação mais estável e nobre. Clara vivia com uma tia, Mônica, a quem auxiliava na profissão de costureira, e que era contrária à união, pela falta de recursos do casal. Quando Cândido e Clara decidiram ter um filho, ela externou seu temor quanto aos problemas que a existência de mais uma boca para alimentar traria para a casa. Cândido e Clara, no entanto, insistiram.
Os escravos fugidos já conheciam a fama da eficiência de Cândido; além disso, havia mais caçadores na praça, razões suficientes para diminuírem os vencimentos do rapaz. A gravidez de Clara avançava e Mônica sugeriu que eles entregassem a criança à Roda dos Enjeitados, local existente em instituições de caridade e que recebia filhos indesejados. O casal se pôs prontamente contrário a essa decisão.
No entanto, as dificuldades, que já eram muitas, aumentaram com a pressão exercida pelo proprietário da casa onde residiam, que exigia receber em poucos dias o aluguel atrasado de três meses. Para remediar a situação, Mônica conseguiu alguns cômodos, de favor, na parte baixa da casa de uma conhecida. E conseguiu, por fim, convencer o jovem casal a aceitar a ideia de se desfazer do filho.
A criança nasceu. Era um menino, e, com muita relutância, Cândido se dirigiu ao local onde ficava a Roda dos enjeitados. No caminho, deparou-se com Arminda, uma mulata que ele procurava há tempos, a devolução lhe traria a recompensa de cem mil-réis, dinheiro suficiente para suprir-lhe todas as necessidades. Apressadamente, deixou a criança em uma farmácia cujo proprietário conhecera na véspera e partiu na perseguição da escrava.
Alcançou-a e a amarrou, levando-a consigo. A escrava revelou que estava grávida e que temia os castigos corporais a que seria submetida. Surdo a esses apelos, Cândido a entregou ao dono. No transe da luta para livrar-se, a mulher acabou abortando. Cândido recebeu o dinheiro da recompensa, apanhou o filho com o farmacêutico e voltou para casa com o menino.
Explicação:
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