SAMPA
“Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi de mau gosto o mau gosto
é que narciso acha feio o que não é espelho
e à mente apavora o que ainda é mesmo velho
nada que não era antes quando não somos mutantes
e foste um difícil começo afasto o que não conheço
e quem vem de outro sonho feliz de cidade
aprende depressa a chamar-te de realidade porque és o
avesso do avesso do avesso do avesso do povo oprimido nas filas
das favelas da força da grana que ergue e destrói coisas belas
da feia fumaça que sobe apagando as estrelas
eu vejo poetas surgindo de campos e espaços
tuas oficinas de florestas teus deuses da chuva
paramétricas de áfricas utópicas tumulo do samba mais possível
novo quilombo de zumbi
e os novos baianos passeiam na tua garoa
e novos baianos te podem curtir numa boa.”
1. O nome criado para título dessa composição – Sampa – expressa um relação entre:
a) São Paulo e Salvador
b) São Paulo e Samba
c) Salvador e Samba
d) Avenida Ipiranga e Avenida São João
e) Avenida São João e Samba
2. O texto acima constrói uma análise da cidade. Para isso o autor usa inicialmente:
a) suas impressões pessoais
b) informações que obteve de outros
c) a enumeração de dados importantes
d) a descrição objetiva da cidade
e) impressões dos habitantes da cidade
3. O sentido do verso “… é que narciso acha feio o que não é espelho” pode ser encontrado também em:
a) “porque és o avesso do avesso do avesso”
b) “à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
c) “nada do que não era antes quando não somos mutantes”
d) “quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto/ chamei de mau gosto o que vi…”
e) “quem vem de outro sonho feliz de cidade / aprende a chamar-te realidade”
4. O verso “à mente apavora o que ainda não é mesmo velho” revela:
a) o medo que todos os homens sentem de velhice
b) a ânsia do ser humano pela renovação
c) a aversão a tudo o que já é velho e desgraçado
d) a procura incessante do homem que, como um ser mutante, busca sempre uma emoção nova
e) a resistência do homem àquilo que rompe com os padrões já incorporados
5. Com relação ao verso “quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto”, coloque entre parênteses o número correspondente à classe da palavra grifada, de acordo com o código da coluna B. A seguir, assinale a alternativa correta:
A B
( ) quando ( 1 ) substantivo
( ) te ( 2 ) artigo
( ) encarei ( 3 ) verbo
( ) a ( 4 ) preposição
( ) não ( 5 ) pronome
( ) o ( 6 ) advérbio
( ) rosto ( 7 ) conjunção
A seqüência correta é:
a) 7 – 5 – 4 – 6 – 2 – 1 – 3
b) 1 – 6 – 4 – 5 – 3 – 2 – 7
c) 3 – 5 – 7 – 2 – 4 – 6 – 1
d) 2 – 3 – 5 – 6 – 1 – 7 – 4
e) 7 – 5 – 3 – 4 – 6 – 2 – 1
6. No 15ª verso, há uma aproximadamente entre a cidade de São Paulo e o Quilombo de Zumbi. Essa relação ocorre porque:
a) como os quilombos, a cidade é uma fortaleza, onde não se pode entrar livremente
b) a cidade, assim como o Quilombo, repele os que a procuram
c) São Paulo, assim como o Quilombo de Zumbi, representa uma esperança de libertação e de melhores condições de vida
d) Em São Paulo, assim como nos quilombos, todo negro é escravo,
e) Para São Paulo, como para o Quilombo de Zumbi, convergem os que não são contrários à opressão
7. Identifique a afirmação correta.
a) a característica dos aspectos negativos da cidade intensifica-se nos versos 10, 11 e 12.
b) No segundo verso há uma repetição desnecessária da palavra gosto.
c) Nos dois últimos versos há uma alusão à dificuldade de adaptação, em São Paulo, sofrida pelos novos baianos.
d) O 15ª verso é apenas um jogo sonoro sem sentido.
e) O autor não menciona aspectos negativos da cidade em nenhum dos verso.