Saint-Domingue, por sua vez, não era apenas a exótica terra natal de uma população não europeia, na qual os europeus entraram por sua conta e risco. Saint-Domingue era, ao contrário, o culminar de três séculos de inovações no mundo Atlântico, uma fronteira tecnológica onde senhores de terra brancos (numericamente superados por seus escravos, na proporção de 12 por 1) demonstravam, com uma eficiência e brutalidade inigualáveis, sua habilidade para explorar o trabalho dos escravos. Origem de aproximadamente metade do açúcar e do café produzidos no mundo, em 1789, Saint-Domingue chegou a parecer indispensável para a manutenção da civilização europeia, e da economia atlântica.

POPKIN, Jeremy. Uma revolução racial em perspectiva: relatos de testemunhas oculares da insurreição do Haiti. Revista Varia História, Belo Horizonte, v. 24, n. 39, p. 293-310, jan./jun. 2008 (adaptado).

De acordo com o trecho acima, pode-se concluir que a colônia francesa de Saint-Domingue, no contexto do século XVIII,

A) Tinha grande importância econômica no mercado internacional.

B) Era composta por senhores de terras e pessoas escravizadas, apenas.

C) Possuía escravizados que eram, em sua maioria, membros da população nativa local.

D) Apresentava certa estabilidade política, uma vez que os senhores de terra e as pessoas escravizadas conviviam de forma harmoniosa.