Leia o soneto de Luís de Camões, depois responda as questões:

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

01) Nas três primeiras estrofes, o poema apresenta uma série de afirmativas sobre o amor. Qual é o efeito de sentido produzido por essas afirmativas?

02) Nessas afirmativas, o eu lírico usa expressões contraditórias. Exemplifique algumas das expressões em que há contradição.

03) Qual é o efeito de sentido gerado pelo uso de paradoxos no poema?

04) Ao longo do poema, vários versos se iniciam com a forma verbal "é". Que efeito de sentido essa repetição gera no poema?

05) O eu lírico emprega metáforas para definir o amor. Exemplifique algumas delas.

06) Com relação à última estrofe, responda às questões.
a) Que efeito tem o uso da conjugação "mas" no início dessa estrofe?

b) A que conclusão o eu lírico chega em relação ao amor?

c) A pergunta do eu lírico pressupõe uma reposta? Explique.

07) O amor que o eu lírico procura definir é individual ou universal?

08) Observe agora a forma do soneto.
a) Quantas estrofes ele tem, com quantos versos em cada uma?

b) Identifique as palavras que rimam em cada estrofe.


09) Releia o poema e indique a resposta correta. O último verso:
( A ) Condensa em si à definição de amor como um sentido contraditório, que o eu lírico construiu ao longo dos versos.
( B ) Encerra o poema com uma conclusão que surpreende o leitor porque contradiz o que foi apresentado ao longo dos versos.​