Texto 1
Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im portuguêis, é só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti. Qui bom qui a minha lingua é u purtuguêis. Quem soubé falá, sabi iscrevê.
Jô Soares. Revista Veja, 28 de novembro de 1990. Disponível em )
Texto 2
Depois que os dois livro eu li,
Fiquei me sintindo bem,
E ôtras coisinha aprendi
Sem tê lição de ninguém.
Na minha pobre linguage,
A minha lira servage
Canto o que minha arma sente
E o meu coração incerra,
As coisa de minha terra
E a vida de minha gente
Patativa do Assaré. Aos poetas clássicos. In.: DAL`PONTE, W.; FREITAS, E. C. DE. Uso, mudança e variação linguística: a poesia enquanto retrato do Nordeste e do Sul brasileiro. Trama, v. 9, n. 18, p. 209–228, 6 jun. 2013.
Considerando os textos acima e as questões próprias da língua falada e escrita, avalie as afirmativas a seguir:
I. Os autores dos textos mostram que fala e escrita são homogêneas e cada som, na língua portuguesa, é representado por uma letra.
II. A escrita constitui-se na representação gráfica da língua falada, mas há diferenças inerentes entre escrita e fala.
III. O texto 2 representa uma diferença importante entre fala e escrita, mostrando um tipo de variação linguística, que não é expressa pela escrita na norma culta da língua.
IV. Há superioridade na escrita, pois esta carrega conceitos regidos pela gramática normativa.
V. Fala e escrita exigem conhecimentos distintos, sendo que a escrita requer um processo de ensino formal.
É correto apenas o que se afirma em