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Sagot :
Explicação:
Paulo de Tarso é o homem de três mundos, três culturas, três cabeças (judeu, grego, romano) e, concernente à religião: um só Deus e um só Espírito (1Cor 12,1-12), ou, “um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4,5-6)1.
A base filosófica de Paulo é fortemente helenística. Os princípios de autonomia, liberdade e criatividade revelaram um homem de uma inteligência espiritual superior ou um coeficiente espiritual elevado. Pode-se afirmar que, enquanto jovem judeu, vivendo sua infância e juventude em Tarso, Paulo se nutre de duas fontes: a fonte da cultura greco-romana e a fonte da religiosidade judaica.
A vida no ambiente de Tarso, cidade muito helenizada, transformou o ambiente familiar do jovem Paulo (Saulo). O pai adquiriu a cidadania romana para fazer frente à realidade de modo mais seguro e, consequentemente, Saulo herdou da família essa abertura para a cultura ocidental. Saulo (Paulo) é cidadão romano de nascimento (At 16,37-38; 22,25-29; 23,27) e, esse documento de identidade lhe era muito útil para o trânsito dentro do Império e em situações complicadas com tribunais das cidades por onde passava, como em Filipos (At 16,16-24), em Corinto (At 18,12-17) e em Jerusalém (At 22,25).
O contato com culturas e religiosidades múltiplas fez desabrochar em Paulo uma espiritualidade que transcendia a razão e a graça que superava a Lei. Inserido no ambiente greco-romano, preocupa-se com a paz, visto que a paz verdadeira não existia, como já estava publicada na crítica profética (Jr 6,14; 8,11; 30,5; Ez 13,10; 16)2. A preocupação do Apóstolo era com a paz do coração e do encontro com o outro. Sua infância em Tarso lhe foi muito útil e o levou a aprender a liberdade, a filosofia e a convivência pacífica com culturas diversas e crenças bem variadas. Essa experiência de vida fora de sua pátria, no entanto, foi, em grande parte, sufocada no seu retorno a Jerusalém.
Paulo vive em Tarso, nos tempos do imperador Augusto, quando Roma chamava o Mediterrâneo de Mare Nostrum. Passou sua infância em Tarso como cidadão com plenos direitos e pertencia a uma das grandes famílias hebraicas da cidade, emigrada para lá nos tempos de Antíoco Epífanes (seu reinado durou de 175 a 164 a.C., aproximadamente)3.
Essa informação pode ser questionada, se levarmos em conta a tese de MurphyO’Connor, fundamentado na afirmação de São Jerônimo sobre seu nascimento na Gishala, que Jerônimo localiza na Judeia, mas ela seria uma cidade da Galileia.4 Por outro lado, na Carta aos Filipenses (Fl 3,5), Paulo afirma que era da tribo de Benjamim, enquanto no relato de Lucas afirma que nasceu em Tarso, da Cilícia (At 9,11; 21,39; 22,3; 23,34). Permanece a discussão sobre quando a família de Paulo se transferiu da Palestina para Tarso, se foi quando houve a perseguição de Antíoco Epífanes ou mais tarde.
Ao decidir estudar de modo mais profundo as tradições de seus antepassados, dirigiu-se a Jerusalém e colocou-se aos pés do grande mestre Gamaliel (At 22,3). Nessa escola, conformou-se aos costumes do ambiente judaico. Por essa razão, sentia-se impelido a combater os cristãos, os quais eram considerados hereges (At 8,1-3; Lv 20,8-27). A morte de Estêvão (At 7,58-8,1) e a visão de Jesus ressuscitado no caminho para Damasco fizeram com que recuperasse os princípios filosóficos gregos, numa volta psicológica e antropológica aos tempos de jovem, em Tarso.
Ele sabia que, num universo plural e politeísta, como era o dos gregos, não se matava por questões de religião e, diante da conduta dos seus compatriotas contra os cristãos, Paulo reflete sobre esta conduta. E, enquanto se dirigia a Damasco, com cartas das autoridades de Jerusalém, ouviu uma voz e viu uma luz. A voz que escutou era ade Cristo sendo perseguido por ele (At 9,5).
Essa visão, uma autêntica cristofania, o fez perceber a necessidade de olhar a realidade de modo diferente, e a experiência de Tarso começa a ser recuperada. Assim, no caminho para Damasco, ele encontrou o Cristo do caminho, que, depois de se apresentar como o perseguido, transformou o perseguidor em discípulo. Foi aqui que Paulo encontrou novamente a liberdade que o levou para a fé verdadeira (Gl 5,1). Nessa ótica, o Cristo do caminho aproximou Paulo outra vez do helenismo e o levou a relativizar o radicalismo do judaísmo (Fl 3,8). Associando critérios estoicos e epicuristas de felicidade aos ensinamentos cristãos, Paulo parte para buscar as coisas do alto e construir a cidadania celeste (Fl 3,2), transformando as relações
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