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Sagot :
Resposta:
Chico Felitti tirou sorte grande. Em seus 15 anos de carreira como jornalista, ele pôde retomar uma história que começou a apurar quando estava em vias de se formar na faculdade de jornalismo na PUC-SP. A biografia interrompida contava a vida da tradutora, modelo, apresentadora, cantora, atriz (e tantas coisas mais) Elke Grünupp, ou Elke Maravilha, um dos nomes mais conhecidos da televisão brasileira.
O encanto por aquela figura extravagante que inspirou “mulheres, crianças viadas (que inclui o próprio Chico e o autor desta matéria), pessoas que gostavam do curioso e não estavam interessadas no que não era muito habitual” aproximou Chico de Elke. O fascínio era justamente pela liberdade que ela ostentava. A incredulidade de seu orientador, um professor que chegou a afirmar que ninguém se interessaria pela história de "uma palhaça televisiva”, no entanto, afastou o aspirante a jornalista. “Você pode fazer coisa melhor”, aconselhou o tal professor na época.
Aos 20 anos, um Chico menos confiante desistiu do projeto. “Hoje em dia teria pensado duas vezes”, acredita. Àquela altura, as entrevistas já estavam feitas. Foram ao menos 10 encontros que tiveram. Elke, ele conta, adorava falar sobre si e estava disposta a conversar com estudantes ou quem quer que desejasse conhecer mais da sua história – ou a versão que criou sobre ela. Um único limite não poderia ser ultrapassado: ninguém poderia vê-la desmontada.
O jornalista lembra que, certa vez, um grupo da Fundação Cásper Líbero que preparava um documentário sobre ela pegou Elke esquecida do encontro, sem seus apetrechos ou camadas de maquiagem. “Ela entrou em pânico. Deixou eles para fora por 40 minutos até se montar. Era uma questão. Você não vê fotos da Elke sem perucas a partir do momento que ela vira essa entidade televisiva.”
As conversas de Chico e Elke começaram em uma padaria na região da Avenida Paulista, regadas a cerveja batizada com Campari como café da manhã. “Era uma coisa de te sugar. Você chegava, e em um segundo ela já estava no controle da conversa, falando sobre o que ela quisesse. Você não tinha tempo de ficar constrangido ou cheio de dedos, porque era sugado por um furacão”, resume o autor.
As gravações ficaram guardadas em seus arquivos até 2018, quando um convite feito pela Storytel (um streaming de audiobook) para contar a memória de Elke fez com que Chico resgatasse o material. Agora, ele publica pela editora Todavia a obra “Elke: Mulher Maravilha”.
Outras pessoas em seu caminho acreditaram que o mito de Elke Maravilha - lembrada por muitos como jurada do programa do Chacrinha - era, sim, digno de publicação. Metade do caminho já estava percorrido, ele sabia onde deveria ir e com quais pessoas conversar. Parte do trabalho foi feito nas caminhadas por alguns dos lugares por quais Elke passou, como São João del-Rei (MG). Outro bocado foi escrito em um café no centro de São Paulo, mesmo local em que aconteceu esta entrevista.
Ao fim, a interrupção da biografia teve um saldo positivo. Elke era conhecida por driblar os biógrafos - costumava trocar fatos de sua vida por outros que acreditasse serem mais surpreendentes. Queria tornar sua história a mais incrível possível. Um dos detalhes "manipulados" por ela era o próprio local de nascimento. Diferente do que costumava dizer, não nasceu na Rússia, mas em Leutkirch, uma cidade alemã. “Parecia que tinha Alemanha demais na história dela”, conta Chico, que desvendou o nó que Elke deu na própria cronologia.
Ela chegou ao Brasil em 1949 com os pais, George e Liezelotte. A família permaneceu ilhada na Hospedaria da Ilha das Flores, a 9 km da costa do Rio de Janeiro, por quatro meses, até que George recebeu uma oportunidade de trabalho. Foi quando a família se mudou para Itabira (MG). Quando adulta, Elke passou a cultivar a liberdade. "Ela largou tudo várias vezes", afirma o autor. Passou pela faculdade de medicina, filosofia e letras, mas abandonou todas elas. O incômodo com a primeira escolha era com os seus colegas. "Eles não tinham um rei na barriga, tinham uma família real", dizia ela.
Mesmo depois de publicado o livro, o jornalista ainda é abordado por pessoas com histórias sobre Elke. Muitas a conheceram no aeroporto. E não é à toa. "O lugar dela era a estrada”, diz Chico. Muitos momentos emblemáticos aconteceram ali. Foi no aeroporto que ela foi presa em 1971 após rasgar um cartaz com a foto de Stuart, filho de sua grande amiga e estilista Zuzu Angel, que era apresentado como “inimigo da pátria”. Naquela altura, todos já sabiam que ele estava morto. Para Elke, aquilo não passou de uma farsa montada.
Na conversa abaixo, Chico fala sobre o processo de apuração e compartilha suas impressões sobre a vida de Elke Maravilha.
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