A arte egípcia assumiu, sobretudo, a forma da pintura, escultura e arquitetura, estando intimamente ligada à religião, eixo em torno do qual todo o sistema social girava. A expressão artística tinha, então, a função de aproximar os humanos e os deuses, refletindo vários preceitos religiosos. [...]
Assim surgiu a arte funerária, com as estátuas, os vasos e as pinturas que decoravam os túmulos. Estas criações representavam os deuses e os faraós, narrando episódios mitológicos, acontecimentos políticos e momentos da vida cotidiana, ao mesmo tempo que refletiam a hierarquia e a organização social da época.
Seguindo um conjunto bastante rígido de normas e técnicas de produção, entre as quais se destacava a lei da frontalidade na pintura, os artistas eram anônimos e realizavam uma tarefa que era considerada divina.
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Na pintura egípcia, as convenções para a criação eram muito fortes e a forma como eram executadas determinava a qualidade do trabalho. Uma das principais regras era a lei da frontalidade, que ordenava que os corpos deveriam ser pintados em dois ângulos diferentes.
O tronco, os olhos e os ombros deveriam surgir na posição frontal, enquanto a cabeça e os membros eram apresentados de perfil. A intenção por trás desta posição tão invulgar era sublinhar as diferenças entre a arte e a realidade.