Leia o primeiro parágrafo do Prefácio à 2ª Edição da obra Etapas da Arte Contemporânea. Do Cubismo à arte neoconcreta, do poeta Ferreira Gullar (Rio de Janeiro: Revan, 1999). Em seguida, faça a atividade proposta:
Em 1965, quando minha casa foi pela primeira vez invadida por militares armados, os artigos que constituem este livro estavam reunidos numa pasta em cuja capa se lia, escrito a mão: “Do cubismo à arte neoconcreta”. O oficial do exército que comandava a operação tirou a pasta da estante e a entregou a um soldado. “Vamos levar isso”, disse. Estranhei que ele fizesse apreensão de um texto que tratava exclusivamente de sofisticadas questões de arte contemporânea. Sua resposta foi: “Pensa que me enrola, não é?” Eles se foram e eu fiquei tentando entender por que a pasta havia sido levada. Em seguida chegou um repórter do Correio da Manhã e quis saber como eu explicava a apreensão daquele texto. “Ao ler a palavra cubismo, o brilhante oficial deve ter pensado que se trata de alguma coisa relacionada com Cuba, disse eu.” Essa resposta, publicada no dia seguinte, correu mundo, tornando-se uma espécie de fábula exemplar da burra truculência militar. Em 1983, li numa revista mexicana um artigo sobre os dez anos do regime de Pinochet, e lá se contava a mesma anedota do “cubismo” como tendo se passado no Chile.

Faça um resumo desse parágrafo, imaginando que vai citá-lo num trabalho em que você reflete sobre como a visão de mundo do leitor influencia seu entendimento de um texto: