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Sagot :
Resposta:
Movimento literário afro-franco-caribenho (a partir do início da década de 1930) baseado na concepção de que há um vínculo cultural compartilhado por africanos negros e seus descendentes onde quer que eles estejam no mundo. O termo "negritude" apareceu provavelmente pela primeira vez no poema de Aimé Césaire Cahier d'un retour au pays natal (1939). Os primeiros proponentes da Negritude enfatizavam, como pontos capitais no movimento: a reivindicação, por parte do negro, da cultura africana tradicional, visando à afirmação e definição da própria identidade; o combate ao eurocentrismo advindo do colonialismo europeu e da educação ocidental prevalecente; a valorização da cultura negra no mundo, em razão de suas contribuições específicas do ponto de vista cultural e emocional as quais o Ocidente, materialista e racionalista, nunca apreciou devidamente.
O ano de 1933, com a publicação do jornal L'étudiant noir, tem sido em geral considerado o do nascimento oficial do movimento. Seus editores foram Aimé Césaire (Martinica) , Léon-Gontran Damas (Guiana Francesa) e Léopold Sédar Senghor (Senegal), então estudantes em Paris. Além de criticarem a arrogância do Ocidente e de proporem soluções socialistas para o problema dos povos explorados, esses jovens escritores formulavam uma nova visão do mundo para os negros.
A Negritude atraiu ampla atenção internacional após a Segunda Guerra Mundial, com o aparecimento de Présence africaine (1947), jornal que promovia os conceitos da Negritude, e com a publicação da Anthologie de la Nouvelle Poésie Nègre et Malgache de Langue Française (1948), editada por Senghor. Depois da emancipação da maior parte das antigas colônias africanas no início da década de 1960, a Negritude decresceu como movimento organizado. Esteve sob a mira de acirradas críticas da geração seguinte de escritores africanos de fala inglesa e francesa, que denunciaram o movimento e seus postulados como racistas e irrelevantes quanto aos problemas da África pós-colonial. Mais recentemente, escritores e teóricos (como René Depestre e Edouard Glissant) têm criticado especificamente o caráter essencialista da Negritude (ou seja, a concepção de que há uma essência distinta a definir o negro e a distingui-lo do branco), propondo outras alternativas mais rentáveis para o entendimento das sociedades e culturas das populações afro-descendentes das Antilhas.
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