HELIO OITICICA E LYGIA CLARK: ARTISTAS-EDUCADORES
MAURO SÁ REGO COSTA Professor Associado da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense / UERJ; ; Coordenador do Laboratório de Rádio UERJ/Baixada e do Estúdio de Som e Música da FEBF/UERJ.
pequena introdução ao pensamento sobre a obra destes dois artistas s, esboçando o lugar que representam na História da Artes, não só nas “artes brasileiras”; relevando o contexto de seus percursos criadores e apontando sua importância para a educação em artes na escola.
Palavras-chave: arte e educação; Hélio Oiticica; Lygia Clark; ; arte dos anos 60 e 70.
No panorama das artes brasileiras a partir do final dos anos 50, e início dos 60, Lygia Clark e Hélio Oiticica desenvolvem, em parceria, um projeto definido, às vezes implicitamente, e, em outros momentos, explicitamente, de uma educação artística criadora, no seu sentido mais amplo.
Chamar sua obra de arte-educação pode parecer uma provocação tanto para artistas quanto para educadores, mas é algo vivo no movimento interno de seu trabalho. Sua obra, enquanto artistas, encaminha-os progressivamente para uma zona de entre arte e educação. Clark ainda segue para outra região, a dos cuidados com a saúde mental - ou seja, para aquele espaço - arte-educação- processos de cura – que só os xamãs, artistas como xamãs (poucos) chegaram a habitar.
Isso que chamamos de "educação" brota organicamente dos questionamentos da sua arte. Suas questões, se exercem, de início, num plano estritamente artístico, ou artístico-filosófico, colocando-se em continuidade com uma linha de artistas-pensadores dos mais importantes do século XX: os construtivos russos -, Gabo, - e os construtivos ocidentais -
É bom não esquecer que é nesta linhagem da arte moderna que surgiram projetos bem definidos de arte-educação, como a Bauhaus ; que teve herdeiros como a New Bauhaus (American Design) e o Black Mountain - depois, grande centro irradiador de uma educação artística moderna nos E.U.A. - criados pelos componentes da Bauhaus exilados (Barbosa, 1985); assim como a Escola Superior da Forma de Ulm, de onde Max Bill veio nos ensinar a ser suíços (Brito, 1985).
Tanto Lygia Clark quanto Hélio Oiticica atuam na manifestação do Neoconcretismo.
O Neoconcretismo é um movimento artístico surgido no Brasil na década de 1950, tendo como influência as ideias fenomenológicas da Filosofia.
Os artistas precursores desse movimento são: Ferreira Gullar, Hélio Oiticica e Lygia Clark.
A intenção do Grupo Frente era resgatar o subjetivismo às formas, ou seja, criticava o racionalismo, a objetividade e o dogmatismo geométrico dos artistas do Concretismo.
Tinham como premissa a arte pela arte, isto é, um processo artístico espontâneo, autônomo e libertário, sem presumir exposição ou apreciação da academia.
Inovaram ao provocar a participação do público nas artes neoconcretas e acreditavam que o apreciador é, ao mesmo tempo, criador das obras.
Saiba mais sobre o Neconcretismo em: brainly.com.br/tarefa/33818886
