Bossa nova, uma música jovem Nos anos 1950, a televisão despontava como veículo de comunicação de massas, capaz de ditar modas e tendências. O modelo econômico e cultural estadunidense tomava o mundo de assalto: jazz, rock and roll e os filmes de Hollywood estavam por toda parte. No Brasil, a circulação de música aumentou, impulsionada pela tevê, que apresentava muitos programas musicais - fruto da influência do rádio. Desse rico diálogo com estilos musicais estrangeiros, surgiu a bossa nova. Seu cenário de origem foi a zona sul carioca, onde os músicos se reuniam em pequenas festas sociais, como as que aconteciam no apartamento da cantora Nara Leão (1942-1989), para experimentar novas formas de tocar e cantar. Entre seus principais expoentes estavam João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes (1913-1980). A bossa nova representou uma verdadeira revolução na forma de fazer música popular, pois a concepção musical até então dominante valorizava as grandes formações de bandas e orquestras e dava destaque à melodia. Por essa razão, os cantores tinham um papel fundamental nessas formações, e suas interpretações comportavam arroubos melodramáticos, malabarismos vocais e demonstrações de grande virtuosismo. Rompendo com esse padrão, a bossa nova propôs arranjos para voz e violão. O cantor integrava-se ao conjunto como mais um instrumento, e seu canto fluía como ocorre na fala normal. A relação com a harmonia da música também mudou. Como consequência da aproximação com o jazz, o bebop e a música erudita da vanguarda europeia, com a qual Tom Jobim estava bastante familiarizado, a bossa nova passou a valorizar harmonias complexas com sonoridades até então pouco exploradas em nossa música. E, tal como no canto, a batida dos instrumentos de base (violão ou piano) era contida, evitando-se virtuosismos e exibicionismos. A batida do violão merece atenção especial. João Gilberto foi o principal responsável pela criação de um violão que gerava desencontros entre os acentos rítmicos e a melodia que era cantada, dando origem ao que ficou apelidado de "violão gago". Até então, a bossa nova era uma forma mais intimista e rebuscada de tocar o samba. A partir dessa criação e das composições do músico baiano, ela ganhou autonomia e se fixou como um estilo musical novo. O samba, naquele momento já consolidado como estilo nacional, estava associado à produção de compositores das camadas populares e era considerado "música do morro". Em seu vocabulário, trazia termos que expressavam esse universo, como "cabrocha", "requebrado" e "mulata". Já a bossa nova, representativa do ambiente da classe média carioca, trazia termos como "garota", "balanço" e "morena". Nas canções românticas, o dramático era substituído pelo lírico e as desilusões amorosas ganhavam certa leveza com o uso de termos como o "amor", o "sorriso" e a "flor".
me ajudem pfv é pra hoje vale 5 pontos!!!
5 perguntas com resposta.