Existem alguns motivos pelos quais a democracia direta não existe mais em nossa sociedade, os quais serão expostos a seguir.
A democracia direta é uma forma de governo na qual, em resumo, a população participa diretamente dos processos de tomada de decisão, especialmente âmbito do poder legislativo (ou seja, da criação das leis). O primeiro modelo de democracia direta de que se tem registro remonta à Antiga Grécia, particularmente a Atenas, cidade estado na qual, após o crescimento da burguesia local e consequente crise da aristocracia, foi prevista a participação de todos os cidadãos nas questões políticas, basicamente através de audiências públicas e votação popular. Há quem argumente, no entanto, que nem mesmo Atenas chegou a aplicar plenamente este sistema, visto que ele era garantido apenas a cidadãos atenienses (estrangeiros, mulheres e escravos não detinham direito a tal participação).
Hoje em dia, até existe a previsão legal de alguns instrumentos legislativos que permitem que esse tipo de participação popular seja realizado, como o plebiscito e o referendo. Porém, devido principalmente ao crescimento populacional e ao tamanho dos Estados atuais, estas ferramentas são utilizadas apenas em casos bastante específicos, de modo que um modelo total de democracia direta seria apenas viável para nações muito pequenas, nas quais é possível uma deliberação entre todos os seus membros. Além disso, muitas críticas são feitas ao modelo da democracia direta, no que tange a custos de execução, possibilidade de manipulação de massas e a riscos de politizacao excessiva, instabilidade política, polarização interna e intolerância.
