Leia o texto a seguir:
A primeira situação diz respeito ao facto de, em alguns países como Portugal, os processos relativos à formulação e implementação das políticas educativas tenderem cada vez mais a envolver atores exteriores ao espaço estatal, ou situados na sua periferia administrativa, como estratégia para aumentar a governabilidade dos sistemas educativos e legitimar as decisões centralmente produzidas. Em muitos casos, talvez pelo facto de os pais serem percepcionados como os atores exteriores ao sistema que tendem a naturalizar mais facilmente a co-responsabilização, os discursos oficiais, exaltando embora as supostas virtualidades da comunidade e/ou da sociedade civil em sentido genérico e socialmente diversificadas, não deixam, todavia, de esperar que sejam sobretudo as famílias e aqueles mesmos pais a atender às solicitações de colaboração e, consequentemente, a assumir uma parte cada vez maior dos problemas que estão na base da crescente ingovernabilidade dos sistemas educativos.
A segunda situação diz respeito ao facto de, em alguns países, se estar a assistir um crescente sentimento antiescola que se expressa, por exemplo, pela existência de um movimento que defende a realização do ensino em casa (homeschooling), o qual, só nos Estados Unidos, já conta com mais de um milhão e meio de crianças sendo instruídas desse modo.
No que diz respeito mais especificamente ao campo da educação não formal, há também razões para suspeitar que o mesmo possa vir a ser redefinido em função de interesses e poderes muito diversos daqueles que o têm constituído até o momento, e isso sobretudo quando o pensamos como o lugar de referência da educação popular, da alfabetização crítica, e de muitos outros processos e experiências de educação empenhada e envolvida nas dinâmicas mais amplas de mudança social.
FONTE: AFONSO, A. J. Os lugares da educação. In: VON SIMSON, O. R. de M.; PARK, M. B.; FERNANDES, R, S. (Orgs.) Educação não formal: cenários da criação. Campinas-SP: Unicamp, 2001. p.32.
A partir da leitura do texto acima, analise as asserções abaixo e as relações estabelecidas entre elas:
I. No Brasil, o Movimento dos trabalhadores sem-terra (MTST), como um novo movimento social, tem vindo a promover uma ruptura com a tradição educacional que confunde educação com escola.
PORQUE
II. O MTST é um movimento que busca combater a escola, uma vez que a prática da educação informal e não formal é comum aos grupos que se deslocam por todo o Brasil.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
Grupo de escolhas da pergunta
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é justificativa da I.
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a asserção II é uma proposição falsa.
As asserções I e II são proposições falsas.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa da I.