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Resumo Filosofia do Brasil

Sagot :

Resposta:

[1/12 14:47] Stefanny ♡☆: Filosofia no Brasil refere-se à tradição do pensamento filosófico realizada por brasileiros dentro ou fora do Brasil. As atividades de reflexão filosófica foram trazidas pelos padres jesuítas na segunda metade do século XVI com as atividades da colonização europeia das Américas, e se estende até os dias atuais com o processo de profissionalização universitária.

[1/12 14:47] Stefanny ♡☆: Um dos pioneiros em utilizar a expressão "filosofia no Brasil" foi Sílvio Romero, em sua obra historiográfica A filosofia no Brasil (1878). É possível separar em três grandes momentos o desenvolvimento da história da filosofia no Brasil. A primeira metodologia de estudo de filosofia no Brasil foi marcada pela utilização do método da Ratio Studiorum introduzido pelos jesuítas no século XVI. No século XIX, foi marcado pela predominância do método ensaístico, com uma filosofia sem referência à tradição, pois era formada por eruditos provenientes de diversas áreas do conhecimento. Por fim, o último modo moderno de se estudar filosofia teve seu princípio no século XX, marcado pela profissionalização e especialização dos estudos universitários. Em 1908 surge a primeira faculdade de filosofia do Brasil, a Faculdade de São Bento. No entanto, seu marco foi na década de 1940 com a missão francesa na Universidade de São Paulo, introduzido por Martial Gueroult e Victor Goldschmidt. Contudo, o estudo da história da filosofia baseado apenas em comentários ocasionou pouca produtividade filosófica no país, como é atestado por Roberto Gomes no livro "A Crítica da Razão Tupiniquim" (1977).

Um dos primeiros compiladores contemporâneos da filosofia no Brasil foi João Cruz Costa (1904-1978), autor de Contribuição à História das Ideias no Brasil (1949), que é citado por Leopoldo Zea Aguilar (1912-2004) em seu Pensamiento Latinoamericano (1965, segunda edição de Dos etapas del pensamiento en hispanoamérica, de 1949). Costa utiliza o método historiográfico citado acima, o qual se baseia na perspectiva do papel das ideias na condução da história política e econômica, em disputa com uma perspectiva dialética que identifica a conjuntura socioeconômica como o berço no qual são acalentadas as ideias, críticas ou ideologias. Em muitos casos, a história da filosofia no Brasil tem sido um registro ou coleção de temas e conteúdos elaborados por pensadores que atuaram neste espaço geográfico. Há uma certa hegemonia do primeiro grupo nos estudos do pensamento brasileiro, o que pode ser notado por meio de visita ao blogue "Textos de Filosofia Brasileira", alimentado pelo professor doutor Luiz Alberto Cerqueira (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro). Diferentemente, a concepção de Cruz Costa é de o Brasil ser um país de contrastes, que precisa ser compreendido em meio a esses dilemas. Da mesma forma também precisa ser entendida a produção de ideias, até mesmo as ideias filosóficas.[1]

Muitos autores compreendem, por pensamento filosófico no Brasil, um duplo projeto: a construção de linhas de interpretação do pensamento filosófico à luz das circunstâncias da realidade brasileira e a construção de linhas de pensamento filosófico oriundas da brasilidade ou pertinentes à brasilidade ou correspondentes à nacionalidade brasileira dos autores.[2] João Cruz Costa já anunciara que a investigação filosófica do "tema nacional" era algo nebuloso. Por um lado, a produção de conhecimento filosófico se dá em diálogo com a produção do conhecimento científico e a vida econômica, política, social e cultural de cada sociedade, em seu espaço e tempo determinados. Por outro lado, Cruz Costa aponta que o enfrentamento cultural que foi a chegada dos europeus às Américas implicou em um elemento novo no processo de modernização pelo qual passava a Europa e gerou, simultaneamente, uma relação mimética com a cultura europeia.[3]

Antônio Paim, um dos principais pesquisadores do pensamento brasileiro, classifica nossos pensadores segundo a estrutura apresentada a seguir:[4] período colonial, período imperial e período republicano. Como se nota, essa periodização respeita a clássica divisão historiográfica da história nacional. Procura-se, por meio dela, agrupar pensadores por meio dos períodos históricos, sem necessariamente relacioná-los à conjuntura social, econômica, política e cultural na qual produzem suas obras. Por exemplo, não há, na obra de Paim, discussões sobre o papel do aristotelismo no pensamento colonial e suas conexões, ou inexistência delas, com a economia escravagista. Parece, por conseguinte, necessário avançar por uma perspectiva historiográfica que faça tais conexões.

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