A produção intelectual iniciada nos anos 1970 sobre os movimentos sociais urbanos interpreta seus objetos de estudo como elementos inovadores dotados de um profundo potencial transformador da sociedade contemporânea. De acordo com o balanço feito por Ruth Cardoso (2008), a bibliografia dedicada ao contexto da América Latina localiza a função política dessas manifestações populares na crítica ao Estado autoritário – o que é problematizado pela autora, pois não considera as características específicas do Estado em questão e sua relação com a sociedade civil. Para Ruth Cardoso, o que deve ser evidenciado na compreensão do fenômeno enquanto novo instrumento de transformação é a sua: *

A)expressão de uma identidade comum e de uma unidade de interesses calcados pela experiência da exclusão, como os movimentos de bairro

B) face reivindicativa de direitos sociais, como a conquista de melhorias habitacionais por meio de associações de moradores

C)capacidade de questionar o poder repressivo do Estado e promover a democratização pela mobilização coletiva da vontade popular

D)autonomia ideológica que permite renovar a correlação de forças ao lado dos partidos e sindicatos e fortalecer as demandas de base na luta política.​