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O que significa dizer que o corpo, na sua materialidade, seria o produto de suas próprias ilusões?

Sagot :

De acordo com Michael Foucault, o "corpo é uma jaula desagradável, na qual terei que me mostrar e passear. É através de suas grades que eu vou falar, olhar, ser visto. Meu corpo é o lugar irremediável a que estou condenado."

"Meu corpo é o contrário de uma utopia, é o que nunca está sob outro céu, é o lugar absoluto, o pequeno fragmento de espaço com o qual, em sentido estrito, eu me corporizo."

Essa frase nos diz que o corpo é apenas um fruto de nossas próprias ilusões porque nunca o vimos de verdade. Tudo o que vemos é uma miragem frente ao espelho, que pode na verdade ser apenas um produto de nossa cabeça, algo que nunca poderemos de fato tocar ou comprovar, como se vivesse em uma realidade alternativa.

"A utopia é um lugar fora de todos os lugares, mas é um lugar onde terei um corpo sem corpo, um corpo que será belo, límpido, transparente, luminoso, veloz, colossal em sua potência, infinito em sua duração, desligado, invisível, protegido, sempre transfigurado; e é bem possível que a utopia primeira, aquela que é a mais inextirpável no coração dos homens, seja precisamente a utopia de um corpo incorpóreo."

O corpo é perecível e a materialização de uma coisa muito mais grandiosa. É apenas o que nos faz ocupar um lugar no mundo, mas é a mente quem faz de nós quem somos.

Assim, o Corpo pode ser resumido como um "fantasma que não aparece senão na miragem de um espelho e, mesmo assim, de maneira fragmentada."

"O próprio corpo que volta contra si seu poder utópico e faz entrar todo o espaço do religioso e do sagrado, todo o espaço do outro mundo, todo o espaço do contra-mundo, no interior mesmo do espaço que lhe está reservado. Então, o corpo, em sua materialidade, em sua carne, seria como o produto de suas próprias fantasias."