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produza um soneto que represente uma intertextualidade com o hino nacional​

Sagot :

Resposta:

O presente texto objetiva evidenciar algumas marcas interdiscursivas e intertextuais presentes na letra do Hino Nacional Brasileiro. Creio ser relevante, antes, a explicitação de dois pontos: o primeiro relaciona-se às condições históricas de produção da letra; e o segundo está relacionado ao enfoque teórico-metodológico empreendido nesta análise, mais precisamente, às noções de interdiscursividade e intertextualidade, dentro de uma abordagem da Análise de Discurso de linha francesa.          

O Hino Nacional Brasileiro, tal qual o conhecemos hoje nem sempre foi assim. A música (melodia), composta pelo musicista Francisco Manuel da Silva, de início, não tinha pretensão de se tornar o Hino Nacional. A composição foi elaborada para comemorar a abdicação de D. Pedro I, em 1831, e recebeu letra de Ovídio Saraiva de Carvalho. Tanto a letra quanto a música tinham uma motivação em comum: o antilusitanismo. Poucos dias após a abdicação de D. Pedro I o Hino de Francisco Manuel da Silva, chamado de “Hino ao Grande e Heróico Dia 7 de Abril de 1831”, foi executado no Teatro (?) e intitulado pelo Jornal do Comércio de “o novo Hino Nacional”[2]; buscava-se, com isso, construir uma identidade através de uma alteridade. De 1831 a 1840 o Brasil foi política e administrativamente governado por regentes, pois após a abdicação de D. Pedro I, seu legítimo herdeiro, Pedro de Alcântara, não tinha idade suficiente para assumir o cargo de Imperador, o que deveria ocorrer em 1843. Entretanto, em 1840, por um arranjo político, “à brasileira”, Pedro de Alcântara, com quinze anos incompletos, assume o posto vago e foi transformado em D. Pedro II. Quando de sua posse, o Hino de Francisco M. da Silva foi novamente executado, agora, contudo, com outra letra e outro teor: de antilusitana à exaltação das virtudes de D. Pedro II, filho do português execrado na primeira letra. O Hino, mais tocado que cantado, passou todo o segundo império – 1840 a 1889 – como o Hino Nacional, mesmo sem ter sido oficializado.        

Em 1889, parte da agora elite econômica, militar, intelectual promoveu um golpe de Estado, proclamando um novo regime político: o republicano. Tal regime, instaurando uma nova constituição republicana em oposição à constituição imperial, mantinha-se distante dos círculos populares, precisava legitimar-se, romper a fronteira entre o restrito “mundo republicano” e o povo; era preciso lançar mão de linguagens mais acessíveis e, ao mesmo tempo, sintetizadoras de um dado ideal. Os símbolos indicavam essa possibilidade; eram um instrumento poderoso para criação/ recriação de um imaginário coletivo mais ou menos homogêneo, que fizesse com que o povo não apenas aceitasse o novo regime – e seu discurso – como o adotasse como seu, portanto, legitimando-o. Alguns símbolos como a bandeira nacional – que incorporou grande parte dos elementos presentes na bandeira imperial – e a figura de Tiradentes tiveram de ser recriados, re-significados, “re-contextualizados”.

               

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