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Quais elementos marcaram o impasse para a posse de João Goulart, em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros​

Sagot :

Resposta:Em 1961, Goulart era vice-presidente do Brasil e estava em uma missão diplomática na China, por ordem do presidente Jânio Quadros. Em 24 de agosto, o presidente anunciou sua renúncia à presidência como parte de uma estratégia que visava um autogolpe. A estratégia de Jânio fracassou, e a polêmica concentrou-se na posse do vice, João Goulart.

Imediatamente, ministros militares anunciaram que se Goulart pisasse em solo brasileiro, para tomar posse da presidência, seria preso. Isso deu início a uma grave crise política que durou duas semanas e deixou o Brasil às margens de uma guerra civil. O que conservadores e militares desejavam era que Goulart fosse impedido de assumir a presidência.

Entretanto, esse desejo de conservadores e militares foi tido como golpismo, uma vez que a legislação brasileira, à luz da Constituição de 1946, estipulava que a posse da presidência deveria ser transmitida ao vice-presidente. Assim, a posse de João Goulart era legal. O político trabalhista até pensou em renunciar também para que nova eleição fosse convidada, mas a postura dos militares convenceu-o a resistir e lutar pela posse.

A ação dos militares e conservadores para impedir a posse de João Goulart mobilizou grupos da esquerda em prol da defesa de Jango, e o destaque vai para a atuação de Leonel Brizola, governador do Rio Grande do Sul, cunhado de João Goulart e um dos quadros mais importantes do trabalhismo brasileiro na época.

Leonel Brizola encabeçou a Campanha da Legalidade, que se espalhou pelo país para defender a posse de João Goulart. Brizola orientou Jango a retornar ao Brasil e prometeu resistência armada para garantir a posse de seu cunhado. Entrincheirou-se no Palácio do Piratini, sede do governo no Rio Grande do Sul, e realizou discursos via rádio defendendo a posse de Jango.

A atuação de Brizola garantiu apoio internacional em defesa de Goulart, além de apoio popular. O historiador Jorge Ferreira fala que o Comitê Central do Movimento de Resistência Democrática contava com 45 mil voluntários, que, armados, garantiram lutar pela referida posse|1|. Por fim, Brizola e Jango receberam apoio do III Exército, grupo formado por cerca de 40 mil soldados|2|.

A possibilidade de guerra civil durante essa crise foi real. A sede da Campanha da Legalidade, o Palácio do Piratini, em Porto Alegre, correu o risco de ser bombardeada por tropas militares que defendiam a saída golpista. A saída encontrada pelo Congresso foi enviar Tancredo Neves para o Uruguai, onde estava Jango, a fim de oferecer a este a posse da presidência desde que em um regime parlamentarista, no qual os poderes do presidente são reduzidos.

O acordo aconteceu, e João Goulart assumiu a presidência no dia 7 de setembro de 1961. Foi o primeiro e único presidente de nossa história a governar dentro de um sistema parlamentarista.

Explicação: Espero ter ajudado:)