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Sagot :
Resposta:
mano q facil
Explicação:
, ocorre na Revolução Industrial. Quando a imprensa se dedica a informar com objetividade e a gerencia os periódicos como produtos industriais, a crônica fica relegada ao espaço do entretenimento. Foi esse ‘rebaixamento’ que permitiu que o gênero ganhasse mais força.
Nesse contexto, víamos o contorno da crônica: ainda que relegada, a crônica não podia deixar de lado a absorção de alguns valores do jornalismo, como a ligação com o atual e sua capacidade de crítica ao meio social, advinda desde a época do flâneur. É desse diálogo que surge aquele texto que parte do acontecimento cotidiano para suscitar as mais diversas reflexões sobre a natureza humana.
Foi tal liberdade (e a remuneração) que fez com que diversos nomes conhecidos do leitor brasileiro utilizassem o espaço como laboratório de escrita. Do movimento modernista, a partir da década de 1930, podemos destacar nomes como Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Carlos Drummond de Andrade. Seguido deles, veio a geração conhecida como “a época de ouro”, com Fernando Sabino, Otto Lara Resende, Wilson Figueiredo, Murilo Rubião, Paulos Mendes Campos, Autran Dourado, Stanislaw Ponte Preta e Nelson Rodrigues com suas crônicas esportivas. Foi essa mesma geração que marcou a excelência da crônica com Rubem Braga: o primeiro escritor a deixar sua marca na história da literatura brasileira sendo cronista em tempo integral.
Pouca coisa mudou dentro desse molde. Hoje, vemos ainda a crônica nas colunas dos jornais, como as de Antonio Prata ou Luis Verissimo, mas também passam a preencher as páginas de blogs e outras redes sociais. Muitas vezes, como legitimação da produção, os anos de trabalhos das crônicas resultam em coletâneas impressas e publicadas.
Foi pensando nesse tipo de preservação dos textos, que anteriormente não era feito, que a parceria entre os acervos do Instituto Moreira Salles e Casa de Rui Barbosa lançou o Portal da Crônica Brasileira. No ar desde 12 de setembro de 2018, o acervo já conta com 2.527 recortes digitalizados de crônicas, segundo reportagem do Nexo, e continua sendo atualizado. Em entrevista à mesma reportagem, a coordenadora de literatura no IMS, Elvia Bezerra, disse que o acervo tem mais de 10 mil crônicas que irão para o banco de dados.
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Tags: Casa de Rui BarbosacrônicaIMSliteraturaliteratura brasileiraPortal da Cronica Brasileira
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Ser jornalista é capturar momentos. Não são poucos os que conseguem exercer essa arte com maestria e devoção, mas somente Truman Capote foi capaz de elevar essa definição a um nível ainda não igualado. Não tivesse o autor de Bonequinha de Luxo escrito A Sangue Frio ou o perfil “O Duque em Seu Domínio”, cujo objeto a ser pintado é Marlon Brando, o jornalismo, por certo, não seria o mesmo.
Capote, que terminou a vida envolvido em seus próprios delírios, chegou de mansinho para entrevista o astro em sua fase áurea pré-O Poderoso Chefão. Brando estava no Japão para filmar Sayonara, dirigido por Joshua Logan, e aceitara conversar com o repórter que tinha a encomendar de perfilá-lo para a New Yorker. Segundo a lenda, perpetrada pelo próprio autor, Capote conseguia gravar – mentalmente – 94% das conversas que tinha e, por isso, jamais usava gravador ou bloco de notas. Essa estratégia, misturada aos drinques que tomaram, deixou Brando à vontade para falar abertamente de si mesmo.
O relato, minucioso e performático, se debruça até mesmo sobre o sotaque da equipe japonesa designada para mimar Brando. Aos poucos, o ator vai se deixando enlaçar pela amizade de Capote. Dos bastidores das filmagens, rapidamente, a dupla conversa sobre o trauma de Brando com alcoolismo da mãe, sobre as dificuldades de ser um astro e a antipatia que sentia por James Dean, a quem chamou de doente e recomendou seu analista.
Truman Capote fora um jornalista devastador – nas mais variadas acepções da palavra – e fora, também, um professor de precisão.
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