À Instabilidade das Cousas do Mundo
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria,
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
[...]
SPINA, S. A poesia de Gregório de Matos. São Paulo: Edusp, 1995.
No Barroco de Gregório de Matos, o trecho do soneto acima refere-se à poesia
a) sacra, que expressa a insignificância do homem diante de Deus.
b) filosófica, que tem como marca a angústia e as incertezas da vida.
c) amorosa, que tem como base os conflitos entre a carne e o espírito.
d) satírica, que critica os poderes, a corrupção e, principalmente, o clero.
e) encomiástica, que se baseia em proferir elogios a pessoas e acontecimentos.